quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dona Beja ou Dona Beija, tanto faz

Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beja (Formiga, 1800 — Bagagem, 1873) foi uma personalidade influente no século XIX na região de Araxá, Minas Gerais. Ela chegou a Araxá com os avós em 1805. À medida que se tornava moça, a beleza de Ana ia causando inveja nas outras mulheres. Durante toda a vida, Dona Beija, como ficou conhecida, irritou as mulheres e encantou os homens. Apaixonada pelo fazendeiro Manoel Fernando Sampaio, Ana Jacintha tornou-se sua noiva. O noivo lhe deu o apelido de “Beija” por compará-la à doçura e à beleza da flor “beijo”.

Em 1815, a bela jovem é raptada pelo ouvidor do Rei, Joaquim Inácio Silveira da Motta, que fica fascinado com sua beleza.Por dois anos, Beija viveu como amante do ouvidor na Vila do Paracatu do Príncipe.Depois disso, ele retorna para Portugal e Ana Jacinta retorna a Araxá assim que recebe a notícia que seu ex-amor Antônio havia casado com outra.

Ao chegar a Araxá, ela encontrou um ambiente hostil. A conservadora sociedade local não a via como vítima, mas como uma mulher sedutora de comportamento duvidoso. Entretanto, as mulheres da cidade, consideravam-na um grande risco para os valores éticos da época e sendo assim, tornou-se uma pessoa indesejada e marginalizada pela sociedade.

Para vingar-se de Antônio,por ele ter casado com outra,Ana Jacinta resolveu prostituir-se e tornar-se amante de todos os homens que estavam casados com as mulheres que a condenaram.

Ajudada por seus amigos, construiu uma magnífica casa de campo, com o intuito de ali instalar um luxuoso bordel, conhecido como a “Chácara do Jatobá”. Dona Beija, como passou a ser conhecida, deitava a cada noite, com um homem diferente se este lhe pagasse bem, mas à condição de poder decidir com quem dormir. Ela se tornou célebre, atraindo os homens das regiões mais remotas, para conhecer os seus encantos: esses a cobriram de dinheiro, jóias e pedras preciosas. A lenda conta a existência de uma “Fonte da Jumenta”, água miraculosa, que concedia juventude, saúde e beleza a Dona Beija e onde ela banhava-se todos os dias. Conta-se que Dona Beija jamais esqueceu Antonio e que permaneceu sempre o seu grande amor. Uma noite, movido pela embriaguez, invadiu a “Chácara do Jatobá” e D. Beija terminou por escolhê-lo, dormiu com ele, engravidou e deu luz a uma menina.

Dona Beija quem ordenou para que matassem Antonio, afim de vingar-se da família de Antônio que era contra o caso amoroso entre o seu filho e Dona Beija, . Ela, por causa disso, foi à justiça, mas seria libertada com a ajuda dos seus fiéis amigos.

Beija decidiu partir de Araxá com a filha em meados de 1853, num cortejo formado por carroças bem talhadas,afim de transformar sua vida,se mudando para Bagagem (hoje Estrela do Sul).

Ela passou a morar numa casa grande com uma senzala nos fundos onde ficavam os escravos. Dona Beija também chegou a tocar garimpo e ganhou muito dinheiro com os diamantes que encontrou.

Pouco antes de morrer, dona Beija deixou-se fotografar. Doente, se pôs de pé, apoiada numa cadeira. Em 20 de dezembro de 1873, diz a lenda que, ela faleceu com tuberculose devido a intoxicação com metais utilizados no garimpo.Ela foi enterrada sem caixão, envolta em tecidos de linha, conforme pedira em seu testamento.
                                                                                                                                             Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

(A telenovela brasileira produzida pela Rede Manchete, Dona Beija, foi inspirada em sua vida).

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Variando de febre

Enquanto há ruído no cenário, fiquei ainda mais introspecto, perdido no fundo da alma. Tô pra entender o que é isso, ser vivente das grotas das Minas, ser da região de Bagagem, passaredo voando o das Velhas. Conheço um pouco de muita gente, mas por onde essa gente passa, é difícil entender pra onde elas vão.
Cada mineiro que vai pela estrada, leva consigo uma história da vida passada e da vida presente, o futuro a Deus pertence. Trem de ferro, montanha, Itabirito, labirinto, carcaça de boi, mugido, a onça bebendo água, cavalhada, folia de reis, catira, fumo de corda ...
Agradeço a Deus, meu pai, ferrovia, minha mãe, lavadeira no quintal, meu avô dormindo no jirau, quiabo na horta, abobrinha no quintal, estilingue, menino, papagaio de papel, campinho de terra, farinha de mandioca, rolinha, ninho do tiziu. Igrejas de Uberaba, meu Monte Carmelo, Araxá de Beija, Patos de Minas, Grupiara, Coromandel. Ai, como é triste de tão bunito esse azul do céu, chuva que vai cair, goteira no telhado, doce mexendo no fogão de lenha, café no bule, jabuticaba, mangueiral, milharal, o diabo no meio do redemoinho, o diabo na livravia do Cônego.
Mula sem cabeça, putas na São Lourenço, boi Zebu, Belzebu, peão de boiadeiro, festa do rodeio, carro de boi, berrante, leite quente, Amanhece, Piracaíba, Alto São João, Florestina, minha tia, água na tina, banho de bacia, bacia do Rio Grande, ai que sodade meu Deus, sodade meu bem sodade, os óio da cobra verde...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

21 de Abril

Construam a ponte
as crianças querem passar
hoje a esperança veio me visitar no jardim
margaridas se abrindo ao sol
velhinhos quem sabe contentes
marchavam pela calçada lentamente
amanhã haverá mais pardais no quintal
e o vento entrará pela minha janela

Brasília cidade sem muros
talvez tenha tocado o coração de Berlim
amigos me mandaram notícias de lá
os pombos do Panteão da Liberdade
abriram suas asas sobre o povo
em pleno vôo em 21 de abril

Voem pombos voem asas de Brasília
a janela está aberta e não nos prende mais!

Ricardo Wagner Ribeiro

Asa Norte

As tardes
na Asa Norte
são mais tranqüilas
são calmas demais
as tardes do vento norte

Um raio de sol
reflete o verde o azul do céu
sussurra uma cigarra gritando
desesperada no coração da tarde
a brisa pousa entre árvores jovens
árvores nascidas e crescidas na Asa Norte

Crianças gritam correndo ao longe
Brasília, sorriso da primavera
velhinhas rezam nas catedrais
um zumzumzum de abelhas
vão e voltam cheirando a flor

O cair a noite
passos calmos e lentos
nas águas do Lago Norte
traz em seu silêncio
um perfume suave
no vento da Asa Norte.

Ricardo Wagner Ribeiro

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Geraldo França de Lima, autor de Jazigo dos Vivos e Brejo Alegre

Geraldo França de Lima, professor, advogado, romancista, contista e poeta, nasceu em Araguari, MG, em 24 de abril de 1914. Eleito em 30 de novembro de 1989 para a Cadeira n° 31, sucedendo a José Cândido de Carvalho, foi recebido em 19 de julho de 1990, pelo acadêmico Lêdo Ivo.
É filho de Alfredo Simões de Lima. Com a mãe, dona Corina França de Lima, aprendeu a ler e a escrever, terminando o curso primário, em 1926, no Colégio Regina Pacis, dos padres holandeses. Inocência, de Visconde de Taunay, recomendado por seu pai, foi o primeiro livro que leu (antes de completar 11 anos). Em 1929, seguiu para Barbacena, matriculando-se no internato do Ginásio Mineiro, distinguindo-se no aprendizado de línguas e sendo um dos mais assíduos freqüentadores da biblioteca. Seu primeiro escrito, descrevendo a viagem, que demandou cinco dias, pela antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, de Uberaba a Belo Horizonte, foi publicado no Jornal de Araguari. Em 1932, os estudantes do último ano do ginásio, levados pela efervescência cultural de Barbacena, transformaram o grêmio literário no grupo literário Arcádia Ginasiana de Letras. Geraldo França de Lima foi eleito seu presidente e diretor do jornal O Kepi, seminário de idéias que se tornou famoso em Barbacena. Nesse jornal, apareceram suas primeiras poesias.
Em Barbacena, na quarta-feira da Paixão de 1933, conheceu por acaso João Guimarães Rosa, capitão-médico do 9° BCM da Força Pública Mineira, e se tornaram fraternos amigos de uma vida inteira. Em 1934, no Rio de Janeiro, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil e obteve o primeiro emprego, como revisor do jornal A Batalha, de Júlio Barata, estreando também como articulista. Em 1935, Bastos Tigre publica suas poesias na revista Fon-Fon. Longe, ainda, de se tornar escritor, Geraldo França de Lima continuava sendo inveterado freqüentador de bibliotecas e livrarias.
Em 9 de dezembro de 1938 colou grau de bacharel em Ciências Jurídicas. Depois de rápida passagem por Araguari, voltou para Barbacena, como professor do Ginásio Mineiro, nomeado pelo governador Benedito Valadares. Em Barbacena, nos dias incertos da Segunda Guerra Mundial, conheceu o escritor francês Georges Bernanos, de quem se tornou amigo e confidente. Ali, iniciou vagarosamente todo o plano de sua obra literária.
Em 1951, reapareceu no Diário de Notícias, com o poema "Saudades sugeridas". Em 1960, Paulo Rónai abriu-lhe as colunas de Comentário, publicando o artigo "Com Bernanos no Brasil", de larga repercussão no exterior, considerado o depoimento mais autêntico sobre o escritor francês. Foi assessor do presidente do Conselho de Ministros, Dr. Tancredo Neves, e do Presidente Juscelino Kubitschek.
O ano de 1961 levou Geraldo França de Lima definitivamente para a vida literária. Guimarães Rosa, almoçando em casa do amigo, encontrou na escrivaninha os originais do romance Uma cidade na província. Levou-os consigo e, entusiasmado, leu-os no mesmo dia. Pela madrugada, ao terminar a leitura, telefonou para dona Lygia, esposa do romancista, e emocionado transmitiu-lhe sua impressão: "Ou muito me engano ou estou na frente de um grande romancista." Mudou-lhe o nome para Serras azuis, providenciou-lhe a publicação, indo pessoalmente procurar o editor Gumercindo Rocha Dórea. Na tarde do lançamento, na Livraria Leonardo da Vinci, em 2 de junho de 1961, Guimarães Rosa pediu a palavra e num longo discurso relatou sua amizade com Geraldo França de Lima, terminando com a apologia do romance. O sucesso alcançado valeu ao livro o Prêmio Paula Brito Revelação Literária 1961, da Biblioteca Pública do Estado da Guanabara. Em 1969, a União Brasileira de Escritores, sob a presidência de Peregrino Júnior, conferia o Prêmio Fernando Chinaglia a Jazigo dos Vivos, considerado o melhor romance de 1968. Em 1972, recebeu a grande láurea do Conselho Estadual de Cultura da Guanabara, o Prêmio Paula Brito Ficção, destinado a conjunto de obra. Em 1991, recebeu o Prêmio Nacional de Literatura Luísa Cláudio de Sousa, conferido pelo PEN Clube do Brasil ao romance Rio da vida. Em 1994, o Troféu Guimarães Rosa foi concedido a Folhas ao léu como conjunto de melhores contos.
Em 1973, o crítico francês Jean Roche, diretor dos Estudos Luso-Brasileiros na Universidade de Toulouse, em artigo para a revista Caravelle, apontou Jazigo dos Vivos como digno do Prêmio Goncourt, de Paris.
Em 1988 formou com o senador Afonso Arinos de Melo Franco, Otto Lara Resende e Osvaldo França Júnior a comissão contra a emancipação do Triângulo Mineiro.
Pertence às seguintes instituições literárias e artísticas: Academia de Letras do Triângulo Mineiro, União Brasileira de Escritores, Academia Brasileira de Arte e PEN Clube do Brasil.


Obras: Serras Azuis, romance (1961); Brejo Alegre, romance (1964); Branca Bela, romance (1965); Jazigo dos Vivos, romance (1969); O nó cego, romance (1973); A pedra e a pluma, romance (1979); A herança de Adão, romance (1983); A janela e o morro, romance (1988); Naquele Natal, romance histórico (1988); Rio da vida, romance (1991); Folhas ao léu, contos (1994); Sob a curva do sol, romance (1997).

(Extraído do site http://www.biblio.com.br/, a Biblioteca Virtual de Literatura)

Pena Branca e Xavantinho

Dupla sertaneja formada pelos irmãos José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca (nascido em Igarapava, interior de São Paulo em 1939 e criado em Uberlândia) e Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho (nascido em Uberlândia em 1942).
Desde pequenos trabalharam na roça com os pais e mais cinco irmãos. José Ramiro tocava viola. Começaram a cantar em 1962, e, em 1968, mudaram-se para São Paulo para tentar a vida artística.
Em 1980 inscreveram-se no "Festival MPB Shell", da TV Globo, com a música "Que terreiro é esse?", de Xavantinho, que foi classificada para a final. No mesmo ano, a dupla lançou o seu primeiro LP: "Velha morada" (Warner), com destaque para "Cio da terra" (Milton Nascimento e Chico Buarque) e "Velha morada" (Xavantinho). A dupla participou, em 1981, do programa Som Brasil, na TV Globo, apresentado por Rolando Boldrin, com quem atuaram depois em shows pelo Brasil.
Em 1982 lançaram o LP "Uma dupla brasileira", produzido por Boldrin, com os destaques "Memória de carreiro" (Juraildes da Cruz) e "Rama da mandioquinha" (Elpídio dos Santos). Em 1987 lançaram o LP "O cio da terra" (Continental), com participação de Milton Nascimento, Marcus Viana e Tavinho Moura, destacando-se "Vaca Estrela e boi Fubá" (Patativa de Assaré) e "Cuitelinho" (folclore recolhido por Paulo Vanzolini). Em 1988 lançaram o LP "Canto violeiro" (Continental), com participação de Fagner, Tião Carreiro, Almir Sater e outros, contendo "Mulheres da terra" (Xavantinho e Moniz).
Ganharam, em 1990, o Prêmio Sharp de melhor música (Casa de barro, de Xavantinho e Moniz) e melhor disco (Cantado do mundo afora). Em 1992, CDs Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho – Ao vivo em Tatuí (Kuarup) recebeu o Prêmio Sharp de melhor disco e o Prêmio APCA. Gravaram, em 1993, "Violas e canções" (Velas), destacando-se "Viola quebrada" (Mário de Andrade). Nesse ano, os shows da dupla estenderam-se aos Estados Unidos da América. Lançaram ainda "Ribeirão encheu" (Velas), em 1995, com "Luar do sertão" (João Pernambuco e Catullo da Paixão Cearense), e "Pingo d'água" (Velas), em 1996, com "Tristeza do jeca" (Angelino de Oliveira) e "Flor do cafezal" (Luís Carlos Paraná).
A dupla encerrou sua carreira em outubro de 1999, com a morte de Xavantinho. Pena Branca continua em carreira solo.
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

Coromandel de Goiá

Coromandel
Goiá
Composição: Goiá / Zalo

Coromandel, dos meus tempos de criança,
Ai, nunca consegui te esquecer;
Os lindos campos onde canta a seriema,
E o inhambuzinho a piar no entardecer,
Na velha igreja, depois da Ave-Maria,
Ao cair da tarde fria, velhos discos a tocar;
Noites de Reis e a Saudade do Matão,
Meu Deus que recordação, tenho mesmo que chorar.
Me perdoe se falo tanto, nesta querida cidade,
Onde hoje a mocidade, já nem lembra mais de mim.
Mas quem é que não recorda sua aventurosa infância,
Que os anos e a distância, para sempre deram fim.
Monte Carmelo, Patrocínio, Lagamar,
Ai, vivem para sempre na lembrança;
Quanta saudade do meu Rio Paranaíba,
Em sua margens vi nascer a esperança;
Patos de Minas, faz lembrar Padre Tomáz,
Que me deu força e paz que um artista deseja.
Minas Gerais, te envio com emoção,
A mais pura gratidão de minh`alma sertaneja.
Santo Inácio, Santa Clara, Abadia dos Dourados,
São lugares bem lembrados, cada um tem seu papel;
São os sonhos da criança, misto de saudade e dor,
Do poeta sonhador, filho de Coromandel.

Goiá, filho de Coromandel

Gerson Coutinho da Silva

Filho de Celso Coutinho da Silva e Margarida Rosa de Jesus, nasceu em 11 de janeiro de 1935, em Coromandel, na rua Raul Soares, numa casa que muitos anos depois ficou conhecida por "Casa do Períque". Desde bem pequeno gostava de falar em versos e incentivado pelo pai que lhe deu o primeiro instrumento musical, uma gaita, logo passou para um cavaquinho e também em seguida um violão. Começou a estudar música com o mestre José Ferreira e enquanto não terminava o curso, passou a ser o tocador de bumbo e também em dupla com Miguelinho (filho do “Miguel do Batalhão), cantaram também em arraiais como Chapadão, Alegre, Mateiro e Santa Rosa, igualmente nas primeiras incursões fora de Coromandel. Após uma temporada também em Lagamar, foram para Patos de Minas, onde por alguns meses participaram do programa de rádio “Compadre Formiga, porém sempre retornava a Coromandel para matar a imensa saudade de sua terra natal, saudade esta que futuramente inspiraria a letra de uma música considerada um hino ao povo brasileiro, “Saudade de Minha Terra”, gravada e regravada na voz de vários artistas.
Em 1953 partiu para Goiânia, então com dezoito anos de idade. Formou o "Trio da Amizade", cujo primeiro nome foi “Rouxinol” com vários programas na Rádio Brasil Central. O trio foi o primeiro do estado a gravar disco também em São Paulo, foram dois discos com 78 RPM na antiga Columbia que depois se tornou CBS.
Após algum tempo morando em Goiás, terra que deu origem ao apelido “Goiá”, que segundo ele uma homenagem e agradecimento ao estado de Goiás.
Partiu no último dia do ano de 1955, com lágrima nos olhos mas com a grande meta de conquistar sucesso também em São Paulo, o grande eixo do mundo artístico. Antes passou na sua querida Coromandel como forma de tomar fôlego e alimentar-se do ar puro da praça da velha igreja de Sant'ana, rever o lindo Poço Verde, pescar no Rio Paranaíba, rever os amigos de infância.
Gravou alguns discos com o "Trio Mineiro" e após uma temporada na Rádio Nacional, nos programas do amigo "Nhô Zé" transferiu-se para a Rádio Bandeirantes onde foi contratado como apresentador de programas e posteriormente lançou o "Choupana do Goiá", além de ser substituto eventual dos saudosos Capitão Balduino e Comendador Biguá, nos tradicionais programas "Brasil Caboclo" e "Serra da Mantiqueira".
De Coromandel a Patos, Goiânia e São Paulo, jamais deixou de compor suas músicas e através delas chorava a grande saudade de sua terra e de sua gente. Ficou por dez anos sem voltar a sua terra natal, pois queria voltar a Coromandel já consagrado na música sertaneja.
Permaneceu na Rádio Bandeirantes até meados de 1961 e quase todo o "cast" sertanejo da emissora havia gravado músicas de sua autoria - como Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Léo, as Irmãs Galvão, Zilo e Zalo, Caçula e Marinheiro, Tibagi e Miltinho, Souza e Monteiro, Primas Miranda e, na atualidade, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Xororó, Belmonte e Amaraí, Sergio Reis, Clayton Aguiar e João Renes e Reni.
Um dia, para a alegria do povo de Coromandel, a dupla Goiá e Biá grava o seu primeiro LP , com todas as composições de Goiá, muitas falando de Coromandel e Estado de Goiás, concretizando de vez os seus sonhos.
Sempre acompanhado de grandes personalidades da época, Goiá viveu dias intensos de viagens e shows por todo esse Brasil. Goiá compôs a Trilha Sonora do filme "A Vingança de Chico Mineiro", onde quase nada recebeu por um grande trabalho de um qualidade indiscutível.
Em dezembro de 1979, em exames de saúde realizados em Uberlândia, ficou comprovado: além do açúcar no sangue (diabetes), Goiá era portador de "cirrose hepática", já bem acentuada, "ascite", água no Piritônio. De volta a São Paulo começou a corrida aos hospitais na tentativa de estacionar a cirrose e perdia peso assustadoramente. Em novembro de 1980 já vivendo praticamente só de cama, transferiu-se para Uberaba, mais perto de Coromandel, podendo ser visitado por conterrâneos, dando forças para continuar, mesmo acamado, a escrever suas canções.
Nos últimos anos de sua vida, Goiá já escrevia para o estilo sertanejo moderno e já era gravado por Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano, César e Paulinho, Milionário e José Rico, Duduca e Dalvã, Chico Rey e Paraná e muitos outros.
No dia 20 de Janeiro de 1981, às 8 h da manhã, morre em Uberaba Gerson Coutinho da Silva, o Goiá, aos 46 anos de idade e seu corpo foi levado para Coromandel e esperado por uma multidão, exatamente na Placa de 5 km, onde outrora foi sempre esperado pelo seu povo. No seu túmulo, ficou escrito o que, humildemente pediu numa de suas canções, mostrando mais uma vez a sua natureza humana: "A humildade, que era o seu gesto maior".
Algumas músicas de Goiá: Saudade de Minha Terra, Canção do Meu Regresso, Coromandel, Saudade de Coromandel, Última Esperança.


Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Gérson_Coutinho_da_Silva"

Vamos espiar o que MR tá dizendo no twitter.com

A frase que não foi pronunciada – do chargista Maurício Ricardo (às 9:29 AM Jan 12th from web) – o Twitter já é um BBB: um monte de gente vendo, através de um retângulo, o que os outros estão fazendo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Ler com Prazer

Um ônibus adaptado, que realiza visitas quinzenais pelas regiões da cidade, com serviço de empréstimo de livros e leva informação, cultura, alegria, entretenimento e acesso à leitura aos moradores de Uberlândia. Esse é o projeto Ônibus Biblioteca que passou pelos bairros Laranjeiras, Nossa Senhora das Graças, Tocantins, Dona Zulmira, Planalto, Ipanema, Aclimação, Liberdade, Segismundo Pereira e contabilizou cerca de 21 mil empréstimos em 2009.
Além dele, o Projeto Carro Biblioteca, que visa aproximar os servidores do Centro Administrativo do ambiente literário e carrega centenas de exemplares em um veículo Kombi, emprestou mais de mil livros no ano passado.
O Projeto Caixa Estante também facilitou o acesso da população a qualquer tipo de literatura. Ao todo, são sete boxes espalhados pela cidade, recheados com 300 títulos (cada um), que podem ser colocados em instituições públicas ou privadas (como empresas e igrejas).
Só o Projeto Mini-Biblioteca implantou, desde 2006, 16 mini-bibliotecas na cidade, inclusive em Martinésia. Já a Biblioteca Pública Municipal Juscelino Kubitschek, atendeu cerca de 63 mil usuários e emprestou 25.642 exemplares. Além disso, a Biblioteca Central conseguiu informatizar 7.844 livros de seu acervo e a Biblioteca do Sesi Indústria do Conhecimento, que foi inaugurada dia 10 de maio, tem espaço próprio e atende a área norte do município, atendeu mais de dois mil usuários, realizou 421 empréstimos e ofereceu pesquisas online a 1.248 pessoas.
Em 2009, o Telecentro, que é um espaço equipado com 20 computadores interligados à internet via banda larga, proporcionou quase seis mil acessos à web e levou à comunidade, de forma gratuita 1.627 cursos de informática e profissionalizantes.
Ao longo do ano passado, 20 oficinas temáticas foram realizadas, contabilizando 363 participantes. Outras 7.211 pessoas participaram do Projeto Contação de Histórias, composto por atividades formativas.
Secom PMU
(Publicado no site farolcomunitario)

Programa Ler com Prazer promove acesso à leitura

O ano chega com novidades na Cultura. "Pretendemos promover um Concurso de Poesias, aumentar o número de Caixas Estantes, ampliar o acervo de livros e revistas, criar mais 10 Mini-bibliotecas e levar todos os projetos do Programa Ler com Prazer aos distritos da nossa cidade. Também adquirimos um ônibus novo e assim que estiver adaptado, poderemos colocá-lo em uso. Além disso, visamos entregar o acervo da biblioteca 100% informatizado e, por estas e outras razões, acredito que o número de usuários crescerá, oportunizando a promoção universo das letras, dos livros", explicou Rosa Maria Marra, assessora cultural da Secretaria Municipal de Cultura.
Ainda de acordo com a assessora cultural em breve mais um projeto vai fazer parte das iniciativas que compõem este programa da Secretaria de Cultura. "Chamado de 'Livros ao Vento', a atividade fará com que mais gente tenha acesso à literatura já que distribuiremos inicialmente dois mil livros pelos bairros da cidade, em locais como padarias, supermercados, hospitais e praças. Assim, as pessoas poderão ler o exemplar e deixá-lo em qualquer outro canto de Uberlândia, para que outros cidadãos possam conhecer um pouco mais da magia literária," contou.
Em 2009, mais de 82 mil pessoas tiveram acesso às atividades desenvolvidas pela Biblioteca Pública Municipal. Reunidas pelo Programa Ler com Prazer, que estabelece políticas e investimentos para fomentam a leitura e a difusão do livro, as ações foram marcadas pela descentralização dos serviços bibliotecários e pelo pleno acesso de toda a cidadania à produção literária global e local. Além do Ler com Prazer, outros programas são desenvolvidos pela Secretaria de Cultura e já fazem parte do calendário de projetos e atividades culturais da cidade. Os programas Cultura na Comunidade, Cidade da Música, Preservação e Proteção da Memória e da História Local, bem como a Transferência de Recursos de Subvenção e Apoio Logístico a eventos movimentaram Uberlândia.
(Artigo publicado no site da Secretaria de Cultura de Uberlândia em 05.01.2010)

Uberaba, celeiro cultural do Triângulo

O Diretório Central dos Estudantes, que naquele outubro de 1965 tinha como presidente o acadêmico Raimundo Ralid, encaminhou, no dia 07 do referido mês, um ofício às Empresas Cinematográficas de Uberaba, administradoras dos cinemas locais (Cine Teatro Vera Cruz, Cine Metrópole, Cine Uberaba Palace e Cine Royal. Os dois primeiros ainda estão em atividade. O terceiro e o quarto foram desativados e nos seus lugares, hoje, funcionam um bingo e uma pizzaria, respectivamente), reivindicando “a abolição do uso de paletó ou agasalhos necessários ao ingresso às sessões noturnas”, conforme o Relatório do DCE de Uberaba Gestão 65/66, documento pertencente ao Arquivo Público de Uberaba.
Argumentavam, os estudantes, que assistir a uma sessão de “cinema exige uma predisposição intelectual em que não se justifica uma preocupação estética”. Diziam mais: as condições climáticas da cidade, juntamente com um caráter discriminatório de tal medida, não conciliavam com o “espírito progressista e dinâmico que anima a direção destas Empresas”.
Mesmo os estudantes se cercando de tais argumentos, as Empresas Cinematográficas de Uberaba, em ofício datado do dia 13 do mesmo mês, assinado pelo Sr. Hugo Rodrigues da Cunha, diretor-gerente, nega o pedido dos estudantes, alegando que, embora “os costumes tenham evoluído através dos tempos, tendendo à simplificação e à economia”, tal norma (o uso do paletó nas sessões noturnas) atendia a uma grande parcela da população que não via com bons olhos tais mudanças nos costumes.
Em represália à negativa da Cia. Cinematográfica São Luiz, o Conselho Universitário dos estudantes, depois de muito deliberar sobre o assunto, decidiu organizar um protesto: optaram por fazer uma fila boba – prática que consistia em vários estudantes ficarem na fila, mas não comprarem os ingressos para a respectiva sessão. Como resultado dessa atitude, teriam os estudantes sido atacados pela polícia. Voltemos ao anteriormente citado documento: “A Cia. Cinematográfica São Luiz mobilizou o Sr. delegado de polícia, que elaborou um aparato policial para acabar com a pacífica “fila boba”. Estudantes foram presos e espancados. E o que foi pior, numa arbitrariedade do Sr. delegado, fomos taxados de subversivos e comunistas na imprensa local, somente por pretendermos a abolição de um uso obsoleto e tacanho.”
Como podemos perceber, participar da história é experimentar contradições e ambigüidades. Os conflitos experimentados, os antagonismos produzidos pelos indivíduos nos remetem a novas possibilidades de interpretação e de representação do mundo.

(de um artigo encontrado no site do Arquivo Público de Uberaba)

Tupaciguara tem Tucunaré e tradição

O município começou a ser povoado por volta de 1841, com a vinda da família da goiana Maria Teixeira, que mandou construir uma capela em homenagem à Nossa Senhora da Abadia. Em 1912, Tupaciguara se emancipa politicamente com o nome de Abadia do Bom Sucesso. Somente em 1922 o município adota seu nome atual.
Além da culinária típica mineira, Tupaciguara oferece vários atrativos ao turista. O Grande Lago, reservatório da Usina de Furnas de Itumbiara, é onde o Tucunaré, peixe da Bacia Amazônica, melhor se adaptou fora de seu habitat original. A pesca esportiva é amplamente difundida, e são centenas de ranchos e alguns hotéis espalhados ao longo dos 110 km de margem do Lago que o município possui. A cidade realiza todos os anos um dos maiores carnavais de rua do interior de Minas Gerais, com o diferencial de ser inteiramente gratuito.
A religiosidade é marca primeira desde povo que tem em Nossa Senhora da Abadia sua padroeira. No interior da Igreja Matriz se encontra uma Virgem de cedro datada de antes de 1845, esculpida pelo artista Goiano Veiga Vale. É forte a tradição da viola, do catira, das comitivas a cavalo que levavam o gado sertão a fora.

(Artigo publicado nas páginas da Wikipédia)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Araxá, terra de Dona Beja

"Antes tudo era somente uma grande extensão de terras rurais. Depois foi demarcado o patrimônio religioso e construída a primeira Igreja Matriz de São Domingos do Araxá. A paisagem urbana começou a ser delineada a partir do antigo largo da Matriz, de onde saíram ruas estreitas. Algumas atingiram espaços que se transformaram em praças, outras tornaram-se avenidas. Em meio ao rural e ao urbano aos poucos foram definidos os espaços a serem ocupados, primeiro pelo poder eclesiástico e, depois, pelo poder público e pelo cidadão. Como tantas outras cidades, assim nasceu Araxá!"
Os primeiros povoados da região vieram para o Desemboque, distrito de Sacramento, atraídos pela exploração do ouro. Posteriormente, com a decadência da mineração, esses moradores dedicaram-se à criação de gado. Entre 1770 e 1780, Araxá, recebeu seus primeiros moradores e surgiram as primeiras fazendas da região.
Descoberta a fertilidade da terra e o sal mineral nas águas do Barreiro, o povoamento de Araxá se intensificou. Em 1791, foi criada a Freguesia de São Domingos do Araxá e nomeado o primeiro vigário.
A Capitania de São Paulo e Minas do Ouro foi criada em 1709 e desmembrada em 1729, com a delimitação da Capitania de Minas Gerais. Na segunda metade do século XVIII, a região do Triângulo Mineiro foi anexada à Goiás, atendendo a um movimento dos moradores do Desemboque.
Em 1816, graças ao movimento dos moradores do Julgado de Araxá, o Sertão da Farinha Podre (Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba), anexado desde 1766 a Capitania de Goiás, retornou à Jurisdição de Minas Gerais. Ana Jacinta de São José - o mito Dona Beja -, também chamada Dona Beija, viveu e tem seu nome vinculado aos principais acontecimentos de Araxá no período da primeira metade do século XIX.
Em 4 de abril de 1831 o julgado é elevado a vila. E em 19 de dezembro de 1865, a Lei Provincial nº 1259, eleva a Vila de São Domingos de Araxá, a categoria de cidade, situada no planalto do Alto Paranaíba. Em 1915 foi criada a Prefeitura.
PS: Belo slogan: "Sinta-se em casa, aqui em nossa cidade".
(do site da Prefeitura Municipal de Araxá – História)

Araguari tricolor

Em 1938, na praça da Matriz, nascia o Matriz Futebol Clube que depois viria a ser o Fluminense Futebol Clube, tricolor do Bosque, nas cores do xará carioca. No comando do time, o padre Wilson Falcomer, da Paróquia do Senhor Bom Jesus, que anos mais tarde viria a ser meu professor de História no colégio Estadual.
Na elite do futebol mineiro nas décadas de 60 e 70, o Fluminense realizou grandes embates contra as equipes mineiras do Cruzeiro, Atlético, América, além dos clássicos regionais contra Araguari, Uberlândia, Uberaba e Nacional. No estádio do tricolor, Galo e Raposa nunca tiveram vida fácil, mesmo com seus principais atletas, tais como Tostão, Reinaldo, Eder, Nelinho, Cerezo e tantos outros.
Jogadores que se destacaram na história do Tricolor: Bim, Carreiro, Adalcino, Ozires, Arlindo, Lino, Beliato, Juca Show, Mário Nunes, Noé, Kléber, Corsino, Hermínio, Onofre, Pedrinho, Biscoito, Paulo Cesarino, Cavozinho, Aires, Juraci e no futuro, Esqueleti, que eu cheguei a ver jogar muitas vezes.
(Artigo reeditado da Wikipédia sobre o Fluminense Futebol Clube (Araguari)

Araguari e a ferrovia

Quando começou a história da Estrada de Ferro Goiás e acabava a da Cia Mogiana, Araguari, sede da Goiás, começou a crescer. Foram chegando à cidade uma escola profissional ferroviária – nela estudaram meu pai; seu irmão, Hélio Ribeiro; e meu primo, Valdomiro. Havia depósitos, oficinas, um hospital moderno e a vila dos funcionários. Junto, nascia o time do Operário Futebol Clube, com um campo no padrão oficial. Também vieram os colégios Regina Pácis e o dos Sagrados Corações.

Carta de um araguarino a este jornalista

Ricardo,

Por aqui, tudo tranquilo, curtindo meu dia. Céu azul com sol brilhante, alguns flocos de algodão doce voando na imensidão cor de anil.
As eternas resoluções de ano novo (tanto do aniversário quanto do ano civil), que em geral nunca são cumpridas, mas que agregam um que de esperança às cinzas das horas (Manuel Bandeira Graciliano Ramos Fernando Pessoa... quantas histórias interessantes de vida foram para o túmulo com ele... Éramos gratos à vida apesar dos problemas que eram considerados como tais, como pedradas e ácido sulfúrico. Noites amenas, tardes perfumadas pelo cheiro de folha de mangueira queimada, ao som de uma sanfona ao longe e do canto do joão de barro, sem falar dos banhos em águas cristalinas e das bocas cheias de manga e jabuticaba dos eternos quintais.Obrigado por você ser parte de minha história e compartilharmos nossas vidas como uma garrafa de bom e velho vinho.
(Geraldo Tonini Jr, nascido em Araguari em 7 de dezembro de 1959)

Carta-resposta não comercial

Geraldin,

Falando sério, de verdade. Meus parabéns, saúde, paz e que Deus continue a iluminar sua vida e a de todos a quem você ama. Que você possa seguir sempre esse cara bem humorado, de inteligência privilegiada e com essa presença de espírito, sagaz, e crítico, grande poeta e filósofo. Você é um irmão pra mim. Esteja certo que sempre torci pelo seu sucesso e pela sua felicidade. Te amo de verdade, sem pudor, sem falsas aparências, aprendi muito com você e te devo muito pela amizade sincera, pela paciência e por termos vivido momentos inesquecíveis da infancia, com respeito e amizade. Seu mano Ango'. PS: talvez eu dê um pulinho em Araguari, para vê-lo. Vai depender do cenário das maldições políticas aqui em Brasília. Informe seus telefones de contato. Inté.
1974 ... como éramos bobos e felizes ao mesmo tempo!

(Ricardo Wagner Ribeiro, nascido em Araguari em 1° de outubro de 1959)

Personalidades de Araguari – muitos eu conheci

Muitos araguarinos importantes são desconhecidos por nós araguarinos. Quem faz a história de uma cidade é quem vive nela e trabalha por dias melhores. Conheça alguns araguarinos ilustres.
• Eli Ribeiro, meu pai (12/06/32 - 21/09/02), ferroviário, estudou na Escola de Comércio e lecionou História no Colégio Estadual Professor Antônio Marques, formou-se em Direito na UFU (1977).
• Afif Rade, libanês de Jebrayel-Akkar, radialista esportivo, comerciante pioneiro, dirigiu a Gazeta do Triângulo.

• Aluísio Nunes de Faria, jornalista, do Jornal de Araguari.
• Alberto Garcia, meu avô materno (30/07/1910 - ), que segundo Geraldo Tonini Jr é um ícone da retidão e da simplicidade, figura impoluta.

• Antonio Gebhardt, “photógrafo”, profissional da arte de fotografar, sem qualquer tecnologia, deixou registrada para a história a vida de Araguari desde 1920 (blog Ponto de Vista).
• Arcênio Paranhos Lopes, professor aposentado e ex-diretor da Escola Profissional Ferroviária.
• Augustinho Ferraz Lima (“Paizinho”), foi chefe da Caldeiraria da Estrada de Ferro Goiás.
• Cairo Gomes e Cairo Guedes, meus professores de Matemática e Português, respectivamente.
• Cândido Arruda (Candinho), técnico em contabilidade de empresas locais e do Banco Real.
• Carlos Lindberg da Silva, diretor do colégio estadual Prof. Antonio Marques, uma celebridade.
• Delermando Veloso de Araújo, vice-prefeito de Araguari (1997), médico do hospital São Sebastião.

• Dona Rola e "Tião da Rola",vendeiros (comerciante) símbolo de uma época, ao lado de Fábio (Fabinho), Zinho, Dino, Odilon, João Rezende e Zé dos Passos.
• Dona Yolanda Marques, professora de Português; e Katy Belém, professora de Francês que partiu precocemente (soyeux bienvenue au ciel, ma institutrice!); além de Delba Tonini, é claro!(Sugestões do Geraldo Tonini Jr, que segundo ele, a lista é imensa, a quem deseja prestar uma homenagem a essas pessoas que marcaram sua vida).
• Dr. Calil Porto, estudioso da história de nossa Araguari.
• Fausto Fernandes de Melo, prefeito municipal de Araguari.
• Geraldo França de Lima, professor, advogado, romancista, contista e poeta, nasceu em Araguari, ocupa a Cadeira n° 31 da Academia Brasileira de Letras, descoberto por Guimarães Rosa em sua casa.

• Geraldo Gomes, português, metalúrgico e um coração enorme cheio de histórias e conhecimentos científicos.
• Geraldo Tonini, comerciante descendente de italianos, dirigiu a máquina de beneficiar arroz e uma quitandaria ao lado de sua esposa, D. Amália, e seus filhos, Maristela, Delba, Zélia, Maria Amália e Geraldinho, meu grande amigo de infância e irmão (um gênio), geólogo que hoje trabalha na Petrobras.

• Geraldo Vieira, considerado o Mestre da Fotografia em Araguari e região, fotografou o casamento de meus pais, em 1953.
• Dr. Hamilton Tadeu, delegado de Polícia da Comarca de Araguari.
• Hermeleno José de Souza, metalúrgico aposentado, trabalhou 26 anos na antiga Estrada de Ferro.
• Hermenegildo Veloso, meu professor de Português do colégio estadual Prof. Antonio Marques.
• Hueda Maméri (pronuncia-se Ruêda), comerciante, pai da professora Mirna Maméri.
• João Borges, alfaiate, ferroviário, foi goleiro do Araguari Atlético Clube.
• Karim Daher de Melo, comerciante, fundador da fábrica de guaraná Estrela, jogou no time do Araguari Atlético Clube, ao lado de Michel Rade, Pacu, Pacuzinho e outros astros do futebol.
• Lázaro Henriques, bancário (Lavoura e Comércio), criou e dirigiu o time do Cruz Preta, onde joguei.
• Lutero Vieira e Líbia Vieira (irmãos), seguidores do reverendo Noé na Igreja Presbiteriana Central.

• Mário Ferreira da Silva, técnico em eletrônica, kardecista, grande torcedor do Araguari Atlético Clube.
• Mário Nunes, ex-servidor da Estrada de Ferro Goiás, embaixador da imprensa regional, jornalista e cidadão honorário de Araguari, correspondente do jornal Estado de Minas e do Estadão, nasceu em Estrela do Sul-MG.

• Michel Rade, comerciante, da família do libanês Afif Rade, jogou no Araguari Atlético Clube.
• Miguel Domingos de Oliveira, nasceu em Araguari em 1929, onde foi vereador por um mandato e prefeito por dois, iniciou sua carreira no Banco do Brasil.
• Mirna Maméri, dirigiu o Grupo Escolar Padre Lafaiete, onde fiz o curso primário. Mais tarde, dirigiu o Colégio Bueno Brandão de Uberlândia, para onde mudou-se.
• Napoleão Rodrigues Borges, empresário, advogado, dirigiu a Cooperativa da Estrada de Ferro Goiás Ltda.
• Onofre Ferreira de Castro, cirurgião dentista de renome em Araguari e região.

• Os irmãos Odair, fabricante de carrocerias de madeira e Pombo, mecânico, pai de Romerinho, nosso amigo de infância.
• Osvaldo Aleixo, marceneiro e criador de canários e periquitos do reino, um guerreiro sereno escudado por sua família.
• Oswaldo Pieruccetti, advogado do Banco do Brasil em Araguari; prefeito de Araguari (1948/52); presidente do Banco de Crédito Real MG, prefeito de B. Horizonte (2 mandatos 1965/67 e 1971/75).
• Oswando dos Santos Monteiro, da Louçadada, referência como empresário e desportista.
• Padre Lafayette de Godoy, foi vereador da Câmara Municipal de Araguari no biênio 1888-1889, deu origem ao nome da escola onde cursei o primário.
• Padre Nilo Tabuquini, grande articulador político, cuidava dos pobres, distribuía roupas e alimentos e fez história em Araguari – inclusive a de que teria largado a batina para casar-se.
• Padre Wilson Falcomer, austero, foi meu professor de Geografia no colegial.
• Rubens Lopes, o Rubão, empresário da Joiarte Ótica, junto com o amigo Lairton, me deram meu 1° emprego, aos 12 anos de idade. Rubão, dinâmico, foi presidente do CDL e vereador de Araguari.
• Teodolino Pereira de Araújo, coronel, foi prefeito de Araguari.
• Vasco Rodrigues da Cunha (Dr Vasco), médico e fazendeiro, com quem minha mãe (Ruth) trabalhou nos tempos de moça.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Brasília 50 Anos

Brasília, Capital de todos os brasileiros e Patrimônio Cultural da Humanidade, completa 50 Anos de fundação no dia 21 de abril de 2010. A festa vai movimentar brasilienses e brasileiros de todas as regiões. Além, é claro, de atrair turistas vindos de vários países.

Brasília, uma idéia global que reúne ícones que representam o Brasil e o mundo, sob um olhar yin-yang, e desenha a visão de uma cidade jovem e mística, cenário de todas as tribos e que tem a cara do Brasil.

O verdeamarelismo (o amarelo do sol, o verde dos gramados largos), o sim e o não, a força do poder e a fragilidade do novo, a modernidade em linhas retas (eixos) e direções curvilíneas (asas) sob a leveza dos traços de Niemeyer – descrevem, em cortes hemisféricos, a “viagem” nas asas do avião (Plano-Piloto) – sob o céu de Brasília.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Desatino

Clã destino
no destino
nordestino
nó do destino
Desatino
desafio
o desafino
do intestino
pente fino
bico fino
pio fino
pia o pino
bate o sino
seu destino
de menino ...

Ricardo Wagner Ribeiro

(Praça Padre Roque, 3ª Avenida, Núcleo Bandeirante, dezembro 2009)

Falcão

(a Augusto Cury)

Hoje
eu dormi na rua,
sob a marquise
da Caixa
de papelão.

Acordei
com o barulho
da rua,
não havia sol,
nem pão,
nem esperança
de encontrar amigos.

Ricardo Wagner Ribeiro

Brasília, 11.12.2009

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Mauá e futebol

Por excesso não fui para o Batalhão Mauá cumprir serviço militar. Batalhão Mauá - Uma História de Grandes Feitos descreve a epopeia do então 2º Batalhão Ferroviário, hoje 11º Batalhão de Engenharia de Construção – Batalhão Mauá. Destaca as missões na area da construção, instrução e assistencia social.
Mas joguei muita bola no campo do Operario, nos campinhos da Farinha (tinha lá perto uma fábrica de farinha) e da Floresta (largo da Floresta), hoje Praça Artur Bernardes – onde chegamos a ser campeoes pelo Cruz Preta por varios anos – o Cruz Preta era dirigido pelo Sr Lázaro Henriques, do Bemge, torcedor fanático do Vasco da Gama, junto com seus filhos e sobrinhos. Até então eu era torcedor pro Araguari Atlético Clube no campo do Vasconcelos Montes contra o Fluminense, raposa do bosque que sempre vencia no estadio Sebastião Cézar.

Tempos de menino

Aos 12 anos de idade consegui meu primeiro trabalho na Joiarte Ótica e Relojoaria, dos amigos Rubão e Lairton. Depois o Rubão me colocou pra trabalhar no CDL. Lá pelos meus 15 anos frequentava o bar do Cabrito (sinuca), do Bolinha (pizza brotinho), e passava pra comer um sanduiche de pernil com pão frances preparado pelo Dickson. No Crispim tomei sorvete, no Serrote um chope, no Ponteio Coca-Cola. A mulecada tinha mania de comprar albuns de figurinhas no Hueda (pronuncia-se Rueda) e no Club do Cairo, onde se sentava na calçada pra jogar “bafinha”. Frequentar clube era só pra soçaite: soirée, carnaval e reveillon no CRA (Clube Recreativo Araguarino), piscina e futsal aos domingos no Pica-Pau e durante a semana no ATC (Araguari Tenis Club).

Escolas que frequentei

Meu curso primário fiz no Grupo Escolar Padre Lafaiete, sob direção da maravilhosa Mirna Maméri. O ginasial e o colegial fiz no estadual Professor Antonio Marques, onde pulávamos os muros pra jogar bola. Meu professor de Geografia, Wilson Falcomer, rigoroso e sério como eram os padres da época. Outros mestres famosos: Wanda Pierucetti, Hermenegildo, Juvenil, Mordente, Walter Rezende, Cairo Gomes e Cairo Guedes, etc. O diretor, Carlos Lindberg da Silva, uma celebridade. No Regina Pácis via-se o padre Nilo conversando com o padre Alberto, aquele da Vespinha prata. Mais tarde trabalhei com meu irmão no escritório Calmo Despachante, bem ao lado do Colégio Sagrado Coração de Jesus.

Estorias de Araguari

Araguari, nunca me esqueço de ti. O arraial do Brejo Alegre desceu o morro e subiu pelas escadas da Igreja da Matriz do Sr Bom Jesus da Cana Verde. Peguei o bonde da Mogiana, ainda menino escalei seus trilhos e entrei vila Goiás adentro, tomei charrete à frente da estação de ferro da Goiás. Ali Eli Ribeiro, meu pai, trabalhou desde os 11 anos de idade, quando meu avô, José Ribeiro – o maquinista “Zé Ruela”, faleceu em trágico acidente de trem que ia com destino a Ipameri. Na escola Carmela Dutra, meu mano Dalton cursou o primario, ao lado da casa do amigo alfaiate, João Borges. No bosque John Kennedy li e escrevi as primeiras estorias. Vendo albuns de familia fotografados pelo photografo Gebhardt, caminhei pela Saudade, segui enterro, passei pela Igreja do Rosário até o cemiterio municipal. Domingo fui rezar na Igreja Presbiteriana Central, liderada por Lutero Vieira, Líbia Vieira, seguidores do reverendo Noé.