Gerson Coutinho da Silva
Filho de Celso Coutinho da Silva e Margarida Rosa de Jesus, nasceu em 11 de janeiro de 1935, em Coromandel, na rua Raul Soares, numa casa que muitos anos depois ficou conhecida por "Casa do Períque". Desde bem pequeno gostava de falar em versos e incentivado pelo pai que lhe deu o primeiro instrumento musical, uma gaita, logo passou para um cavaquinho e também em seguida um violão. Começou a estudar música com o mestre José Ferreira e enquanto não terminava o curso, passou a ser o tocador de bumbo e também em dupla com Miguelinho (filho do “Miguel do Batalhão), cantaram também em arraiais como Chapadão, Alegre, Mateiro e Santa Rosa, igualmente nas primeiras incursões fora de Coromandel. Após uma temporada também em Lagamar, foram para Patos de Minas, onde por alguns meses participaram do programa de rádio “Compadre Formiga, porém sempre retornava a Coromandel para matar a imensa saudade de sua terra natal, saudade esta que futuramente inspiraria a letra de uma música considerada um hino ao povo brasileiro, “Saudade de Minha Terra”, gravada e regravada na voz de vários artistas.
Em 1953 partiu para Goiânia, então com dezoito anos de idade. Formou o "Trio da Amizade", cujo primeiro nome foi “Rouxinol” com vários programas na Rádio Brasil Central. O trio foi o primeiro do estado a gravar disco também em São Paulo, foram dois discos com 78 RPM na antiga Columbia que depois se tornou CBS.
Após algum tempo morando em Goiás, terra que deu origem ao apelido “Goiá”, que segundo ele uma homenagem e agradecimento ao estado de Goiás.
Partiu no último dia do ano de 1955, com lágrima nos olhos mas com a grande meta de conquistar sucesso também em São Paulo, o grande eixo do mundo artístico. Antes passou na sua querida Coromandel como forma de tomar fôlego e alimentar-se do ar puro da praça da velha igreja de Sant'ana, rever o lindo Poço Verde, pescar no Rio Paranaíba, rever os amigos de infância.
Gravou alguns discos com o "Trio Mineiro" e após uma temporada na Rádio Nacional, nos programas do amigo "Nhô Zé" transferiu-se para a Rádio Bandeirantes onde foi contratado como apresentador de programas e posteriormente lançou o "Choupana do Goiá", além de ser substituto eventual dos saudosos Capitão Balduino e Comendador Biguá, nos tradicionais programas "Brasil Caboclo" e "Serra da Mantiqueira".
De Coromandel a Patos, Goiânia e São Paulo, jamais deixou de compor suas músicas e através delas chorava a grande saudade de sua terra e de sua gente. Ficou por dez anos sem voltar a sua terra natal, pois queria voltar a Coromandel já consagrado na música sertaneja.
Permaneceu na Rádio Bandeirantes até meados de 1961 e quase todo o "cast" sertanejo da emissora havia gravado músicas de sua autoria - como Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Léo, as Irmãs Galvão, Zilo e Zalo, Caçula e Marinheiro, Tibagi e Miltinho, Souza e Monteiro, Primas Miranda e, na atualidade, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Xororó, Belmonte e Amaraí, Sergio Reis, Clayton Aguiar e João Renes e Reni.
Um dia, para a alegria do povo de Coromandel, a dupla Goiá e Biá grava o seu primeiro LP , com todas as composições de Goiá, muitas falando de Coromandel e Estado de Goiás, concretizando de vez os seus sonhos.
Sempre acompanhado de grandes personalidades da época, Goiá viveu dias intensos de viagens e shows por todo esse Brasil. Goiá compôs a Trilha Sonora do filme "A Vingança de Chico Mineiro", onde quase nada recebeu por um grande trabalho de um qualidade indiscutível.
Em dezembro de 1979, em exames de saúde realizados em Uberlândia, ficou comprovado: além do açúcar no sangue (diabetes), Goiá era portador de "cirrose hepática", já bem acentuada, "ascite", água no Piritônio. De volta a São Paulo começou a corrida aos hospitais na tentativa de estacionar a cirrose e perdia peso assustadoramente. Em novembro de 1980 já vivendo praticamente só de cama, transferiu-se para Uberaba, mais perto de Coromandel, podendo ser visitado por conterrâneos, dando forças para continuar, mesmo acamado, a escrever suas canções.
Nos últimos anos de sua vida, Goiá já escrevia para o estilo sertanejo moderno e já era gravado por Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano, César e Paulinho, Milionário e José Rico, Duduca e Dalvã, Chico Rey e Paraná e muitos outros.
No dia 20 de Janeiro de 1981, às 8 h da manhã, morre em Uberaba Gerson Coutinho da Silva, o Goiá, aos 46 anos de idade e seu corpo foi levado para Coromandel e esperado por uma multidão, exatamente na Placa de 5 km, onde outrora foi sempre esperado pelo seu povo. No seu túmulo, ficou escrito o que, humildemente pediu numa de suas canções, mostrando mais uma vez a sua natureza humana: "A humildade, que era o seu gesto maior".
Algumas músicas de Goiá: Saudade de Minha Terra, Canção do Meu Regresso, Coromandel, Saudade de Coromandel, Última Esperança.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Gérson_Coutinho_da_Silva"
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