quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Geraldo França de Lima, autor de Jazigo dos Vivos e Brejo Alegre

Geraldo França de Lima, professor, advogado, romancista, contista e poeta, nasceu em Araguari, MG, em 24 de abril de 1914. Eleito em 30 de novembro de 1989 para a Cadeira n° 31, sucedendo a José Cândido de Carvalho, foi recebido em 19 de julho de 1990, pelo acadêmico Lêdo Ivo.
É filho de Alfredo Simões de Lima. Com a mãe, dona Corina França de Lima, aprendeu a ler e a escrever, terminando o curso primário, em 1926, no Colégio Regina Pacis, dos padres holandeses. Inocência, de Visconde de Taunay, recomendado por seu pai, foi o primeiro livro que leu (antes de completar 11 anos). Em 1929, seguiu para Barbacena, matriculando-se no internato do Ginásio Mineiro, distinguindo-se no aprendizado de línguas e sendo um dos mais assíduos freqüentadores da biblioteca. Seu primeiro escrito, descrevendo a viagem, que demandou cinco dias, pela antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, de Uberaba a Belo Horizonte, foi publicado no Jornal de Araguari. Em 1932, os estudantes do último ano do ginásio, levados pela efervescência cultural de Barbacena, transformaram o grêmio literário no grupo literário Arcádia Ginasiana de Letras. Geraldo França de Lima foi eleito seu presidente e diretor do jornal O Kepi, seminário de idéias que se tornou famoso em Barbacena. Nesse jornal, apareceram suas primeiras poesias.
Em Barbacena, na quarta-feira da Paixão de 1933, conheceu por acaso João Guimarães Rosa, capitão-médico do 9° BCM da Força Pública Mineira, e se tornaram fraternos amigos de uma vida inteira. Em 1934, no Rio de Janeiro, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil e obteve o primeiro emprego, como revisor do jornal A Batalha, de Júlio Barata, estreando também como articulista. Em 1935, Bastos Tigre publica suas poesias na revista Fon-Fon. Longe, ainda, de se tornar escritor, Geraldo França de Lima continuava sendo inveterado freqüentador de bibliotecas e livrarias.
Em 9 de dezembro de 1938 colou grau de bacharel em Ciências Jurídicas. Depois de rápida passagem por Araguari, voltou para Barbacena, como professor do Ginásio Mineiro, nomeado pelo governador Benedito Valadares. Em Barbacena, nos dias incertos da Segunda Guerra Mundial, conheceu o escritor francês Georges Bernanos, de quem se tornou amigo e confidente. Ali, iniciou vagarosamente todo o plano de sua obra literária.
Em 1951, reapareceu no Diário de Notícias, com o poema "Saudades sugeridas". Em 1960, Paulo Rónai abriu-lhe as colunas de Comentário, publicando o artigo "Com Bernanos no Brasil", de larga repercussão no exterior, considerado o depoimento mais autêntico sobre o escritor francês. Foi assessor do presidente do Conselho de Ministros, Dr. Tancredo Neves, e do Presidente Juscelino Kubitschek.
O ano de 1961 levou Geraldo França de Lima definitivamente para a vida literária. Guimarães Rosa, almoçando em casa do amigo, encontrou na escrivaninha os originais do romance Uma cidade na província. Levou-os consigo e, entusiasmado, leu-os no mesmo dia. Pela madrugada, ao terminar a leitura, telefonou para dona Lygia, esposa do romancista, e emocionado transmitiu-lhe sua impressão: "Ou muito me engano ou estou na frente de um grande romancista." Mudou-lhe o nome para Serras azuis, providenciou-lhe a publicação, indo pessoalmente procurar o editor Gumercindo Rocha Dórea. Na tarde do lançamento, na Livraria Leonardo da Vinci, em 2 de junho de 1961, Guimarães Rosa pediu a palavra e num longo discurso relatou sua amizade com Geraldo França de Lima, terminando com a apologia do romance. O sucesso alcançado valeu ao livro o Prêmio Paula Brito Revelação Literária 1961, da Biblioteca Pública do Estado da Guanabara. Em 1969, a União Brasileira de Escritores, sob a presidência de Peregrino Júnior, conferia o Prêmio Fernando Chinaglia a Jazigo dos Vivos, considerado o melhor romance de 1968. Em 1972, recebeu a grande láurea do Conselho Estadual de Cultura da Guanabara, o Prêmio Paula Brito Ficção, destinado a conjunto de obra. Em 1991, recebeu o Prêmio Nacional de Literatura Luísa Cláudio de Sousa, conferido pelo PEN Clube do Brasil ao romance Rio da vida. Em 1994, o Troféu Guimarães Rosa foi concedido a Folhas ao léu como conjunto de melhores contos.
Em 1973, o crítico francês Jean Roche, diretor dos Estudos Luso-Brasileiros na Universidade de Toulouse, em artigo para a revista Caravelle, apontou Jazigo dos Vivos como digno do Prêmio Goncourt, de Paris.
Em 1988 formou com o senador Afonso Arinos de Melo Franco, Otto Lara Resende e Osvaldo França Júnior a comissão contra a emancipação do Triângulo Mineiro.
Pertence às seguintes instituições literárias e artísticas: Academia de Letras do Triângulo Mineiro, União Brasileira de Escritores, Academia Brasileira de Arte e PEN Clube do Brasil.


Obras: Serras Azuis, romance (1961); Brejo Alegre, romance (1964); Branca Bela, romance (1965); Jazigo dos Vivos, romance (1969); O nó cego, romance (1973); A pedra e a pluma, romance (1979); A herança de Adão, romance (1983); A janela e o morro, romance (1988); Naquele Natal, romance histórico (1988); Rio da vida, romance (1991); Folhas ao léu, contos (1994); Sob a curva do sol, romance (1997).

(Extraído do site http://www.biblio.com.br/, a Biblioteca Virtual de Literatura)

Pena Branca e Xavantinho

Dupla sertaneja formada pelos irmãos José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca (nascido em Igarapava, interior de São Paulo em 1939 e criado em Uberlândia) e Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho (nascido em Uberlândia em 1942).
Desde pequenos trabalharam na roça com os pais e mais cinco irmãos. José Ramiro tocava viola. Começaram a cantar em 1962, e, em 1968, mudaram-se para São Paulo para tentar a vida artística.
Em 1980 inscreveram-se no "Festival MPB Shell", da TV Globo, com a música "Que terreiro é esse?", de Xavantinho, que foi classificada para a final. No mesmo ano, a dupla lançou o seu primeiro LP: "Velha morada" (Warner), com destaque para "Cio da terra" (Milton Nascimento e Chico Buarque) e "Velha morada" (Xavantinho). A dupla participou, em 1981, do programa Som Brasil, na TV Globo, apresentado por Rolando Boldrin, com quem atuaram depois em shows pelo Brasil.
Em 1982 lançaram o LP "Uma dupla brasileira", produzido por Boldrin, com os destaques "Memória de carreiro" (Juraildes da Cruz) e "Rama da mandioquinha" (Elpídio dos Santos). Em 1987 lançaram o LP "O cio da terra" (Continental), com participação de Milton Nascimento, Marcus Viana e Tavinho Moura, destacando-se "Vaca Estrela e boi Fubá" (Patativa de Assaré) e "Cuitelinho" (folclore recolhido por Paulo Vanzolini). Em 1988 lançaram o LP "Canto violeiro" (Continental), com participação de Fagner, Tião Carreiro, Almir Sater e outros, contendo "Mulheres da terra" (Xavantinho e Moniz).
Ganharam, em 1990, o Prêmio Sharp de melhor música (Casa de barro, de Xavantinho e Moniz) e melhor disco (Cantado do mundo afora). Em 1992, CDs Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho – Ao vivo em Tatuí (Kuarup) recebeu o Prêmio Sharp de melhor disco e o Prêmio APCA. Gravaram, em 1993, "Violas e canções" (Velas), destacando-se "Viola quebrada" (Mário de Andrade). Nesse ano, os shows da dupla estenderam-se aos Estados Unidos da América. Lançaram ainda "Ribeirão encheu" (Velas), em 1995, com "Luar do sertão" (João Pernambuco e Catullo da Paixão Cearense), e "Pingo d'água" (Velas), em 1996, com "Tristeza do jeca" (Angelino de Oliveira) e "Flor do cafezal" (Luís Carlos Paraná).
A dupla encerrou sua carreira em outubro de 1999, com a morte de Xavantinho. Pena Branca continua em carreira solo.
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

Coromandel de Goiá

Coromandel
Goiá
Composição: Goiá / Zalo

Coromandel, dos meus tempos de criança,
Ai, nunca consegui te esquecer;
Os lindos campos onde canta a seriema,
E o inhambuzinho a piar no entardecer,
Na velha igreja, depois da Ave-Maria,
Ao cair da tarde fria, velhos discos a tocar;
Noites de Reis e a Saudade do Matão,
Meu Deus que recordação, tenho mesmo que chorar.
Me perdoe se falo tanto, nesta querida cidade,
Onde hoje a mocidade, já nem lembra mais de mim.
Mas quem é que não recorda sua aventurosa infância,
Que os anos e a distância, para sempre deram fim.
Monte Carmelo, Patrocínio, Lagamar,
Ai, vivem para sempre na lembrança;
Quanta saudade do meu Rio Paranaíba,
Em sua margens vi nascer a esperança;
Patos de Minas, faz lembrar Padre Tomáz,
Que me deu força e paz que um artista deseja.
Minas Gerais, te envio com emoção,
A mais pura gratidão de minh`alma sertaneja.
Santo Inácio, Santa Clara, Abadia dos Dourados,
São lugares bem lembrados, cada um tem seu papel;
São os sonhos da criança, misto de saudade e dor,
Do poeta sonhador, filho de Coromandel.

Goiá, filho de Coromandel

Gerson Coutinho da Silva

Filho de Celso Coutinho da Silva e Margarida Rosa de Jesus, nasceu em 11 de janeiro de 1935, em Coromandel, na rua Raul Soares, numa casa que muitos anos depois ficou conhecida por "Casa do Períque". Desde bem pequeno gostava de falar em versos e incentivado pelo pai que lhe deu o primeiro instrumento musical, uma gaita, logo passou para um cavaquinho e também em seguida um violão. Começou a estudar música com o mestre José Ferreira e enquanto não terminava o curso, passou a ser o tocador de bumbo e também em dupla com Miguelinho (filho do “Miguel do Batalhão), cantaram também em arraiais como Chapadão, Alegre, Mateiro e Santa Rosa, igualmente nas primeiras incursões fora de Coromandel. Após uma temporada também em Lagamar, foram para Patos de Minas, onde por alguns meses participaram do programa de rádio “Compadre Formiga, porém sempre retornava a Coromandel para matar a imensa saudade de sua terra natal, saudade esta que futuramente inspiraria a letra de uma música considerada um hino ao povo brasileiro, “Saudade de Minha Terra”, gravada e regravada na voz de vários artistas.
Em 1953 partiu para Goiânia, então com dezoito anos de idade. Formou o "Trio da Amizade", cujo primeiro nome foi “Rouxinol” com vários programas na Rádio Brasil Central. O trio foi o primeiro do estado a gravar disco também em São Paulo, foram dois discos com 78 RPM na antiga Columbia que depois se tornou CBS.
Após algum tempo morando em Goiás, terra que deu origem ao apelido “Goiá”, que segundo ele uma homenagem e agradecimento ao estado de Goiás.
Partiu no último dia do ano de 1955, com lágrima nos olhos mas com a grande meta de conquistar sucesso também em São Paulo, o grande eixo do mundo artístico. Antes passou na sua querida Coromandel como forma de tomar fôlego e alimentar-se do ar puro da praça da velha igreja de Sant'ana, rever o lindo Poço Verde, pescar no Rio Paranaíba, rever os amigos de infância.
Gravou alguns discos com o "Trio Mineiro" e após uma temporada na Rádio Nacional, nos programas do amigo "Nhô Zé" transferiu-se para a Rádio Bandeirantes onde foi contratado como apresentador de programas e posteriormente lançou o "Choupana do Goiá", além de ser substituto eventual dos saudosos Capitão Balduino e Comendador Biguá, nos tradicionais programas "Brasil Caboclo" e "Serra da Mantiqueira".
De Coromandel a Patos, Goiânia e São Paulo, jamais deixou de compor suas músicas e através delas chorava a grande saudade de sua terra e de sua gente. Ficou por dez anos sem voltar a sua terra natal, pois queria voltar a Coromandel já consagrado na música sertaneja.
Permaneceu na Rádio Bandeirantes até meados de 1961 e quase todo o "cast" sertanejo da emissora havia gravado músicas de sua autoria - como Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Léo, as Irmãs Galvão, Zilo e Zalo, Caçula e Marinheiro, Tibagi e Miltinho, Souza e Monteiro, Primas Miranda e, na atualidade, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Xororó, Belmonte e Amaraí, Sergio Reis, Clayton Aguiar e João Renes e Reni.
Um dia, para a alegria do povo de Coromandel, a dupla Goiá e Biá grava o seu primeiro LP , com todas as composições de Goiá, muitas falando de Coromandel e Estado de Goiás, concretizando de vez os seus sonhos.
Sempre acompanhado de grandes personalidades da época, Goiá viveu dias intensos de viagens e shows por todo esse Brasil. Goiá compôs a Trilha Sonora do filme "A Vingança de Chico Mineiro", onde quase nada recebeu por um grande trabalho de um qualidade indiscutível.
Em dezembro de 1979, em exames de saúde realizados em Uberlândia, ficou comprovado: além do açúcar no sangue (diabetes), Goiá era portador de "cirrose hepática", já bem acentuada, "ascite", água no Piritônio. De volta a São Paulo começou a corrida aos hospitais na tentativa de estacionar a cirrose e perdia peso assustadoramente. Em novembro de 1980 já vivendo praticamente só de cama, transferiu-se para Uberaba, mais perto de Coromandel, podendo ser visitado por conterrâneos, dando forças para continuar, mesmo acamado, a escrever suas canções.
Nos últimos anos de sua vida, Goiá já escrevia para o estilo sertanejo moderno e já era gravado por Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano, César e Paulinho, Milionário e José Rico, Duduca e Dalvã, Chico Rey e Paraná e muitos outros.
No dia 20 de Janeiro de 1981, às 8 h da manhã, morre em Uberaba Gerson Coutinho da Silva, o Goiá, aos 46 anos de idade e seu corpo foi levado para Coromandel e esperado por uma multidão, exatamente na Placa de 5 km, onde outrora foi sempre esperado pelo seu povo. No seu túmulo, ficou escrito o que, humildemente pediu numa de suas canções, mostrando mais uma vez a sua natureza humana: "A humildade, que era o seu gesto maior".
Algumas músicas de Goiá: Saudade de Minha Terra, Canção do Meu Regresso, Coromandel, Saudade de Coromandel, Última Esperança.


Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Gérson_Coutinho_da_Silva"

Vamos espiar o que MR tá dizendo no twitter.com

A frase que não foi pronunciada – do chargista Maurício Ricardo (às 9:29 AM Jan 12th from web) – o Twitter já é um BBB: um monte de gente vendo, através de um retângulo, o que os outros estão fazendo.