quinta-feira, 22 de abril de 2010

Da nossa política (mais um "causo" que se conta)

Embora publicado na segunda metade do ano passado, este artigo me pareceu mais atual do que nunca. O artigo é de autoria do médico João Gilberto Rodrigues da Cunha - membro da família Rodrigues da Cunha (entre eles, o coronel Lyndolpho Rodrigues da Cunha, falecido em 1927 em Araguari; Clarimundo Rodrigues da Cunha; o capitão Manoel Rodrigues da Cunha Mattos, mais conhecido por "Capitão Manoel Pólvora"; e Belisário Rodrigues da Cunha - todos oriundos dos sertões da "Farinha Podre", hoje Uberaba). Diz o artigo:

Sou leitor diário do que chamam Macaco Simão, gerente da coluna deste país de piada pronta na Folha de S.Paulo. Tem muita gente comigo nesta leitura. Afinal e cada vez mais, o nosso Brasil é líder mundial da piada pronta. Melhor ainda, em nossa habilidade diária transformamos dramas nacionais em piadas internacionais. Ou seja, se bom humor fosse moeda, o Brasil encaçapava a sete nas bolsas de negócios. Os que me conhecem e leem sabem como eu gosto de levar na gozação a grande piada que Pedro Álvares Cabral descobriu e nossos chefes vão aprimorando.

Assim, como plágio, leio a Folha em suas páginas e colunas de seriedade – e corro logo pra ver na Ilustrada a análise do José Simão. Agora e nestes dias, ele ... ... – e deixa algum espaço e liberdade para os nossos -ops- políticos. Material abundante, aliás, desde que o Senado entrou em cena. Piada ali é o que não falta, e de alto calibre, mesmo porque o Lula está pondo o mundo em ordem (!) e deixa na desordem seus filhos naturais e desnaturais.

O que assistimos é a um troca-troca de líderes, afirmações, compromissos, ninguém mais se entendendo nem sabendo aonde chegar, quem é quem e quem será. Olhe, meus amigos, este troca-troca de alto nível me lembra – no estilo Zé Simão – um troca-troca ocorrido na fazenda do Zé Humberto, meu irmão, testemunha da história, embora infelizmente morta. Mas eu conto o caso. Moravam na sua fazenda o Zé Grandão e o Tibó, empregados de tipos e costumes diferentes, porém preciosos e grandes amigos. Aos sábados, após o fecho da semana, iam ali no arraial do Veríssimo encontrar os amigos do jogo de truco e a boa pinga do cabaçal – era sua alegria.

Pois bem, naquele sábado, o Zé recebeu um saldo de grana e o Tibó nada tinha pra receber, ia de companhia zerada. Na estrada e caminho, o Zé Grande viu um bom monte de bosta fresca de vaca, deitou falação: “Tibó, eu aqui vou com meus cinquenta no bolso tomar boa pinga, gozar a vida – e você fica na draga, só olho e inveja. E tem mais, medroso, porque se tiver coragem e comer este monte de bosta, eu lhe dou os cinquenta reais!”. Tibó, humilhado, “p” da vida, tomou fôlego, baixou mão e boca e traçou a bosta da vaca. Zé grande fez “eco” – mas pagou.

A situação se inverteu na caminhada. Agora, o Tibó, ainda cuspindo e limpando a boca, ficou soberano. “Pois é” – dizia –, “seu Zé Besta, agora eu tenho meu cinquenta, vou jogar truco, mexer com as mulheres – e você vai ficar olhando, seu palhaço! E tem mais, se você tiver coragem e comer o resto da bosta, eu te pago os cinquenta!” Danou-se. O Zé, humilhado, baixou a boca na bosta, recebeu de volta os cinquenta, e continuaram a marcha heroica para o Veríssimo.

Daí a cem metros, Tibó parou, o Zé também, e o Tibó concluiu: “Compadre, você reparou que nós comemos merda de graça?”. Pois é, meus amigos, tem gente assim em acertos pra todo lado. Em Brasília, então...

João Gilberto Rodrigues da Cunha (médico e pecuarista)
Publicado no Jornal da Manhã (Uberaba-MG) - em 15.07.2009

Araguarino, teólogo, músico e jornalista, mora nos EUA

Biografia do compositor Atilano Muradas

Atilano Muradas é bacharel em Teologia e Jornalismo. Além de atuar nestas áreas, é compositor, pastor, músico e escritor. Possui sete cds gravados, três livros publicados e artigos em periódicos nacionais e internacionais. É conferencista e escritor nas áreas de louvor, adoração, etnomusicologia, família e comunicação, conhecido por ser um dos incentivadores da música brasileira no culto. Atualmente, reside em Houston, Texas, EUA onde é pastor titular da Igreja Presbiteriana Brasileira de Houston.
Faz parte da equipe de colaboradores da Bíblia Brasileira de Estudos (Editora Hagnos). Seus livros publicados são: “Tocar violão é fácil” (Editora Betânia), “Decolando nas asas do louvor” (Editora Vida), “A Música Dentro e Fora da Igreja” (Editora Vida) – Prêmio Areté, em 2004, e seus cds lançados são Minha Geração, Brasileiros, Carta aos Levitas, Missões, O Brasil precisa de Deus, Canto Brasileiro e Trampolim.

Educado na Igreja Presbiteriana de Araguari, Minas Gerais, desde a tenra idade teve contato com a Bíblia Sagrada e seus ensinos. Antes mesmo de entrar na escola, aos seis anos, inclusive, foi alfabetizado pela mãe nos textos bíblicos e no hinário (livro com as letras dos hinos).

“Nos primeiros anos da escola, quando os professores pediam para escrever algum texto, eu usava as palavras que conhecia. Muitas delas eram usadas apenas nos textos bíblicos. Alguns professores nem sabiam aquelas palavras e diziam que estava errado, então, eu tinha que mostrar que existiam aquelas palavras na Bíblia”, conta Atilano.

Em geral, Atilano Muradas compõe sozinho suas músicas e letras, contudo, durante sua trajetória, ele teve parceiros isolados cujas canções ainda não foram lançadas. “Meu maior e quem considero meu único parceiro é Sebastião Lázaro Henriques. Fizemos 55 músicas juntos, mas nenhuma ainda foi lançada”, conta Atilano.

Parceria - Sebastião Lázaro Henriques que, hoje, é alto funcionário da Caixa Econômica Federal, no Brasil, é também exímio poeta e compositor. Suas letras e poesias são de uma originalidade sem precedentes. É possível ver em suas palavras, sobretudo, o eruditismo do período romântico e simbolista brasileiro, mas, também, um toque contemporâneo e sofisticado. Atilano e Sebastião formaram uma dupla de grande expressão entre os anos 1978 a 1983, na região do Triângulo Mineiro, mais precisamente em Araguari, cidade onde nasceram e deram seus primeiros passos artísticos, se estendendo para Uberlândia até Brasília e Goiânia. Ali participaram de muitos festivais de música, animaram muitas festas, fizeram muitos shows e encantaram muita gente.

A dupla desenvolveu um tipo de composição bem diferente, enfocando temas poéticos subjetivos altamente sofisticados e diferentes. “Não conheço ninguém na MPB que faça o estilo de música que fazemos”, diz Sebastião. Entretanto, quem ouve o repertório da dupla poderá constatar elementos dos compositores mais famosos da época (Vinícius, Chico Buarque, João Bosco, Milton Nascimento, Beto Guedes, Fagner, Francis Hime, etc), mas com a originalidade criada por Atilano e Sebastião.

Quis o destino, no entanto, que Atilano e Sebastião se separassem quando ambos tinham por volta dos 21 anos de idade. Atilano seguiu carreira militar e Sebastião seguiu carreira como bancário – o assunto, inclusive, foi tema de uma das derradeiras músicas que compuseram juntos. Exporadicamente, se encontraram para shows e, agora, em 2010, planejam lançar o primeiro CD da dupla.

Extraído do blog de Atilano Muradas