segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Araxá, terra de Dona Beja

"Antes tudo era somente uma grande extensão de terras rurais. Depois foi demarcado o patrimônio religioso e construída a primeira Igreja Matriz de São Domingos do Araxá. A paisagem urbana começou a ser delineada a partir do antigo largo da Matriz, de onde saíram ruas estreitas. Algumas atingiram espaços que se transformaram em praças, outras tornaram-se avenidas. Em meio ao rural e ao urbano aos poucos foram definidos os espaços a serem ocupados, primeiro pelo poder eclesiástico e, depois, pelo poder público e pelo cidadão. Como tantas outras cidades, assim nasceu Araxá!"
Os primeiros povoados da região vieram para o Desemboque, distrito de Sacramento, atraídos pela exploração do ouro. Posteriormente, com a decadência da mineração, esses moradores dedicaram-se à criação de gado. Entre 1770 e 1780, Araxá, recebeu seus primeiros moradores e surgiram as primeiras fazendas da região.
Descoberta a fertilidade da terra e o sal mineral nas águas do Barreiro, o povoamento de Araxá se intensificou. Em 1791, foi criada a Freguesia de São Domingos do Araxá e nomeado o primeiro vigário.
A Capitania de São Paulo e Minas do Ouro foi criada em 1709 e desmembrada em 1729, com a delimitação da Capitania de Minas Gerais. Na segunda metade do século XVIII, a região do Triângulo Mineiro foi anexada à Goiás, atendendo a um movimento dos moradores do Desemboque.
Em 1816, graças ao movimento dos moradores do Julgado de Araxá, o Sertão da Farinha Podre (Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba), anexado desde 1766 a Capitania de Goiás, retornou à Jurisdição de Minas Gerais. Ana Jacinta de São José - o mito Dona Beja -, também chamada Dona Beija, viveu e tem seu nome vinculado aos principais acontecimentos de Araxá no período da primeira metade do século XIX.
Em 4 de abril de 1831 o julgado é elevado a vila. E em 19 de dezembro de 1865, a Lei Provincial nº 1259, eleva a Vila de São Domingos de Araxá, a categoria de cidade, situada no planalto do Alto Paranaíba. Em 1915 foi criada a Prefeitura.
PS: Belo slogan: "Sinta-se em casa, aqui em nossa cidade".
(do site da Prefeitura Municipal de Araxá – História)

Araguari tricolor

Em 1938, na praça da Matriz, nascia o Matriz Futebol Clube que depois viria a ser o Fluminense Futebol Clube, tricolor do Bosque, nas cores do xará carioca. No comando do time, o padre Wilson Falcomer, da Paróquia do Senhor Bom Jesus, que anos mais tarde viria a ser meu professor de História no colégio Estadual.
Na elite do futebol mineiro nas décadas de 60 e 70, o Fluminense realizou grandes embates contra as equipes mineiras do Cruzeiro, Atlético, América, além dos clássicos regionais contra Araguari, Uberlândia, Uberaba e Nacional. No estádio do tricolor, Galo e Raposa nunca tiveram vida fácil, mesmo com seus principais atletas, tais como Tostão, Reinaldo, Eder, Nelinho, Cerezo e tantos outros.
Jogadores que se destacaram na história do Tricolor: Bim, Carreiro, Adalcino, Ozires, Arlindo, Lino, Beliato, Juca Show, Mário Nunes, Noé, Kléber, Corsino, Hermínio, Onofre, Pedrinho, Biscoito, Paulo Cesarino, Cavozinho, Aires, Juraci e no futuro, Esqueleti, que eu cheguei a ver jogar muitas vezes.
(Artigo reeditado da Wikipédia sobre o Fluminense Futebol Clube (Araguari)

Araguari e a ferrovia

Quando começou a história da Estrada de Ferro Goiás e acabava a da Cia Mogiana, Araguari, sede da Goiás, começou a crescer. Foram chegando à cidade uma escola profissional ferroviária – nela estudaram meu pai; seu irmão, Hélio Ribeiro; e meu primo, Valdomiro. Havia depósitos, oficinas, um hospital moderno e a vila dos funcionários. Junto, nascia o time do Operário Futebol Clube, com um campo no padrão oficial. Também vieram os colégios Regina Pácis e o dos Sagrados Corações.

Carta de um araguarino a este jornalista

Ricardo,

Por aqui, tudo tranquilo, curtindo meu dia. Céu azul com sol brilhante, alguns flocos de algodão doce voando na imensidão cor de anil.
As eternas resoluções de ano novo (tanto do aniversário quanto do ano civil), que em geral nunca são cumpridas, mas que agregam um que de esperança às cinzas das horas (Manuel Bandeira Graciliano Ramos Fernando Pessoa... quantas histórias interessantes de vida foram para o túmulo com ele... Éramos gratos à vida apesar dos problemas que eram considerados como tais, como pedradas e ácido sulfúrico. Noites amenas, tardes perfumadas pelo cheiro de folha de mangueira queimada, ao som de uma sanfona ao longe e do canto do joão de barro, sem falar dos banhos em águas cristalinas e das bocas cheias de manga e jabuticaba dos eternos quintais.Obrigado por você ser parte de minha história e compartilharmos nossas vidas como uma garrafa de bom e velho vinho.
(Geraldo Tonini Jr, nascido em Araguari em 7 de dezembro de 1959)

Carta-resposta não comercial

Geraldin,

Falando sério, de verdade. Meus parabéns, saúde, paz e que Deus continue a iluminar sua vida e a de todos a quem você ama. Que você possa seguir sempre esse cara bem humorado, de inteligência privilegiada e com essa presença de espírito, sagaz, e crítico, grande poeta e filósofo. Você é um irmão pra mim. Esteja certo que sempre torci pelo seu sucesso e pela sua felicidade. Te amo de verdade, sem pudor, sem falsas aparências, aprendi muito com você e te devo muito pela amizade sincera, pela paciência e por termos vivido momentos inesquecíveis da infancia, com respeito e amizade. Seu mano Ango'. PS: talvez eu dê um pulinho em Araguari, para vê-lo. Vai depender do cenário das maldições políticas aqui em Brasília. Informe seus telefones de contato. Inté.
1974 ... como éramos bobos e felizes ao mesmo tempo!

(Ricardo Wagner Ribeiro, nascido em Araguari em 1° de outubro de 1959)

Personalidades de Araguari – muitos eu conheci

Muitos araguarinos importantes são desconhecidos por nós araguarinos. Quem faz a história de uma cidade é quem vive nela e trabalha por dias melhores. Conheça alguns araguarinos ilustres.
• Eli Ribeiro, meu pai (12/06/32 - 21/09/02), ferroviário, estudou na Escola de Comércio e lecionou História no Colégio Estadual Professor Antônio Marques, formou-se em Direito na UFU (1977).
• Afif Rade, libanês de Jebrayel-Akkar, radialista esportivo, comerciante pioneiro, dirigiu a Gazeta do Triângulo.

• Aluísio Nunes de Faria, jornalista, do Jornal de Araguari.
• Alberto Garcia, meu avô materno (30/07/1910 - ), que segundo Geraldo Tonini Jr é um ícone da retidão e da simplicidade, figura impoluta.

• Antonio Gebhardt, “photógrafo”, profissional da arte de fotografar, sem qualquer tecnologia, deixou registrada para a história a vida de Araguari desde 1920 (blog Ponto de Vista).
• Arcênio Paranhos Lopes, professor aposentado e ex-diretor da Escola Profissional Ferroviária.
• Augustinho Ferraz Lima (“Paizinho”), foi chefe da Caldeiraria da Estrada de Ferro Goiás.
• Cairo Gomes e Cairo Guedes, meus professores de Matemática e Português, respectivamente.
• Cândido Arruda (Candinho), técnico em contabilidade de empresas locais e do Banco Real.
• Carlos Lindberg da Silva, diretor do colégio estadual Prof. Antonio Marques, uma celebridade.
• Delermando Veloso de Araújo, vice-prefeito de Araguari (1997), médico do hospital São Sebastião.

• Dona Rola e "Tião da Rola",vendeiros (comerciante) símbolo de uma época, ao lado de Fábio (Fabinho), Zinho, Dino, Odilon, João Rezende e Zé dos Passos.
• Dona Yolanda Marques, professora de Português; e Katy Belém, professora de Francês que partiu precocemente (soyeux bienvenue au ciel, ma institutrice!); além de Delba Tonini, é claro!(Sugestões do Geraldo Tonini Jr, que segundo ele, a lista é imensa, a quem deseja prestar uma homenagem a essas pessoas que marcaram sua vida).
• Dr. Calil Porto, estudioso da história de nossa Araguari.
• Fausto Fernandes de Melo, prefeito municipal de Araguari.
• Geraldo França de Lima, professor, advogado, romancista, contista e poeta, nasceu em Araguari, ocupa a Cadeira n° 31 da Academia Brasileira de Letras, descoberto por Guimarães Rosa em sua casa.

• Geraldo Gomes, português, metalúrgico e um coração enorme cheio de histórias e conhecimentos científicos.
• Geraldo Tonini, comerciante descendente de italianos, dirigiu a máquina de beneficiar arroz e uma quitandaria ao lado de sua esposa, D. Amália, e seus filhos, Maristela, Delba, Zélia, Maria Amália e Geraldinho, meu grande amigo de infância e irmão (um gênio), geólogo que hoje trabalha na Petrobras.

• Geraldo Vieira, considerado o Mestre da Fotografia em Araguari e região, fotografou o casamento de meus pais, em 1953.
• Dr. Hamilton Tadeu, delegado de Polícia da Comarca de Araguari.
• Hermeleno José de Souza, metalúrgico aposentado, trabalhou 26 anos na antiga Estrada de Ferro.
• Hermenegildo Veloso, meu professor de Português do colégio estadual Prof. Antonio Marques.
• Hueda Maméri (pronuncia-se Ruêda), comerciante, pai da professora Mirna Maméri.
• João Borges, alfaiate, ferroviário, foi goleiro do Araguari Atlético Clube.
• Karim Daher de Melo, comerciante, fundador da fábrica de guaraná Estrela, jogou no time do Araguari Atlético Clube, ao lado de Michel Rade, Pacu, Pacuzinho e outros astros do futebol.
• Lázaro Henriques, bancário (Lavoura e Comércio), criou e dirigiu o time do Cruz Preta, onde joguei.
• Lutero Vieira e Líbia Vieira (irmãos), seguidores do reverendo Noé na Igreja Presbiteriana Central.

• Mário Ferreira da Silva, técnico em eletrônica, kardecista, grande torcedor do Araguari Atlético Clube.
• Mário Nunes, ex-servidor da Estrada de Ferro Goiás, embaixador da imprensa regional, jornalista e cidadão honorário de Araguari, correspondente do jornal Estado de Minas e do Estadão, nasceu em Estrela do Sul-MG.

• Michel Rade, comerciante, da família do libanês Afif Rade, jogou no Araguari Atlético Clube.
• Miguel Domingos de Oliveira, nasceu em Araguari em 1929, onde foi vereador por um mandato e prefeito por dois, iniciou sua carreira no Banco do Brasil.
• Mirna Maméri, dirigiu o Grupo Escolar Padre Lafaiete, onde fiz o curso primário. Mais tarde, dirigiu o Colégio Bueno Brandão de Uberlândia, para onde mudou-se.
• Napoleão Rodrigues Borges, empresário, advogado, dirigiu a Cooperativa da Estrada de Ferro Goiás Ltda.
• Onofre Ferreira de Castro, cirurgião dentista de renome em Araguari e região.

• Os irmãos Odair, fabricante de carrocerias de madeira e Pombo, mecânico, pai de Romerinho, nosso amigo de infância.
• Osvaldo Aleixo, marceneiro e criador de canários e periquitos do reino, um guerreiro sereno escudado por sua família.
• Oswaldo Pieruccetti, advogado do Banco do Brasil em Araguari; prefeito de Araguari (1948/52); presidente do Banco de Crédito Real MG, prefeito de B. Horizonte (2 mandatos 1965/67 e 1971/75).
• Oswando dos Santos Monteiro, da Louçadada, referência como empresário e desportista.
• Padre Lafayette de Godoy, foi vereador da Câmara Municipal de Araguari no biênio 1888-1889, deu origem ao nome da escola onde cursei o primário.
• Padre Nilo Tabuquini, grande articulador político, cuidava dos pobres, distribuía roupas e alimentos e fez história em Araguari – inclusive a de que teria largado a batina para casar-se.
• Padre Wilson Falcomer, austero, foi meu professor de Geografia no colegial.
• Rubens Lopes, o Rubão, empresário da Joiarte Ótica, junto com o amigo Lairton, me deram meu 1° emprego, aos 12 anos de idade. Rubão, dinâmico, foi presidente do CDL e vereador de Araguari.
• Teodolino Pereira de Araújo, coronel, foi prefeito de Araguari.
• Vasco Rodrigues da Cunha (Dr Vasco), médico e fazendeiro, com quem minha mãe (Ruth) trabalhou nos tempos de moça.