D. Ruth e este blogueiro (foto: Ricardo W. Ribeiro)
Psiuu! Ei, menina! É! É com você mesma que eu estou falando! Lembra daquele tempo que você brincava, enquanto ajudava a ‘Dona Enedina’ a cuidar da casa e das irmãs menores? Sim! Você corria - 'pèzinhos’ descalços, ‘vistidinho' de paninho velho desbotado, balançava na 'gangorra', depois voltava e ajudava a peneirar o feijão, varria a casa de chão batido com vassoura de palha, ‘ariava’ as panelas de ferro, tirava água da cisterna, punha no fogo pra ‘quentá’, ajudava a ferver a roupa, colocava pra qüarar no sol.
Enquanto isso, a ‘Dona Nedina’ tava lá, dentro do ‘córgo’, com a água batendo na cintura, esfregando a roupa que lavava com sabão de bola... e gritava de lá: ê minina, vai correndo buscar a lenha com seu irmão e volta logo, que ainda tem muita coisa pra fazer aqui. E vocês voltavam, trazendo aqueles fechos de lenha amarrados e gravetos, que se equilibravam na cabeça. Lembra?
Algum tempo depois, minina, você tinha lá seus nove anos de idade, talvez um pouco menos, e ia pra roça com o ‘Seu Alberto’, na garupa do cavalo ‘modi cuzinhá pra ele’ e pros piões, onde o carpinteiro trabalhava, fazendo curral, paiol, portêra, madeiramento de telhado, assentando portas e janelas naquelas casas antigas de fazenda pelo Goiás e Minas Gerais afora.
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