Segundo publicado no último dia 26 no Portal de Araguari, do colega jornalista e blogueiro Aloisio Nunes de Faria, o engenheiro Carlos Ernane Vieira e o arquiteto Rogério Duarte realizaram uma ação isolada, em protesto contra o asfaltamento das ruas de paralelepípedos da cidade. A manifestação visou impedir o início dos trabalhos de pavimentação, na avenida Joaquim Anibal, a poucos metros do Palácio dos Ferroviários.
Os manifestantes chegaram ao local pela manhã, bem cedo, estacionando seus carros próximo aonde estava previsto o início da pavimentação. Os carros tornaram-se obstáculos e obrigaram os militares do 2.º Batalhão de Engenharia de Construção, contratado pelo Município para realizar o asfaltamento, a adiar o começo dos serviços, enquanto se aguardava uma solução para o caso. Segundo testemunhas, por volta das 14h os carros foram cobertos com lona preta providenciada pelo encarregado da obra, e, meia hora depois, enfim, as máquinas e homens começaram a trabalhar em ritmo lento, mas constante, avançando rumo aos carros dos manifestantes.
Cerca de 100 pessoas,entre curiosos e populares a favor do asfaltamento, acompanharam o protesto em seu momento mais crítico, por volta das 15h30, quando a massa asfáltica começou a ser espalhada na via, sepultando mais de 50 anos de história do calçamento. Repórteres e jornalistas da imprensa escrita e radiofônica da cidade acompanharam tudo de perto.
O caso foi levado ao Ministério Público pelos manifestantes. Eles e demais defensores da causa contra o fim das ruas de paralelepípedos de Araguari, têm a esperança de conseguir medida judicial para o embargo das obras. Além da avenida Joaquim Anibal, projeto da prefeitura municipal prevê asfaltar outras 30 ruas calçadas com pedras em diversos pontos da cidade, a maioria localizada na região central. Veja algumas vias que serão asfaltadas: Antônio Lemos da Silva, Avaré, Avenida Joaquim Aníbal, Bias Fortes, Coronel Póvoa, da Constituição, Doutor Alberto Moreira, Elias Peixoto, Jaime Gomes, Nader Cury, Natal Mujalli, Nilo Tabuquini, Paissandú, Quinca Mariano, Tamandaré e Uberaba, entre outras.
O projeto
Para o secretário municipal de Obras, Sílvio Povoa, a proposta é modernizar a cidade com a revitalização das ruas calçadas com paralelepípedos e melhorar o tráfego de veículos. O projeto, teve início no começo deste mês de julho e vai custar R$ 5,39 milhões aos cofres públicos, dos quais R$ 4,9 milhões fornecidos pelo Estado, através de emendas parlamentares, e R$ 490 mil pelo município.
Desde o seu anúncio há vinte dias, o projeto gera polêmica na cidade. O presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Araguari, João Marques, que entrou com uma ação no Ministério Público no dia 15 deste mês, reclama de um possível gasto desnecessário de verba pública. Ele argumenta que, pelos valores de mercado, a prefeitura deve gastar R$ 22 por metro quadrado de massa asfáltica. Na sua opinião ficaria mais barato se fosse feito um trabalho para recuperar os paralelepípedos já existentes. Pelos cálculos feitos pelo presidente, para o mesmo espaço se gastariam R$ 17 para recuperar as pedras de apenas algumas ruas com problemas mais acentuados constantes do roteiro traçado pela Secretaria Municipal de Obras. Outro argumento contra manifestado pelo engenheiro é a perda do valor histórico representado pelas ruas calçadas com paralelepípedos, algumas feitas há 40 ou 50 anos.
Mas não é somente o valor histórico que está em questão. Entre outros, a maior velocidade que os veículos vão ganhar nas ruas asfaltadas, aumentando os riscos à segurança no trânsito, e prejuízos ao meio ambiente foram levados em conta por preservacionistas que se manifestaram nos últimos dias sobre o assunto. Na área ambiental, prevêem que o asfaltamento acarretará a impermeabilização do solo, o que levará a alagamentos, ao aumento da temperatura e a danos nas galerias pluviais, que, de antigas, poderão sofrer desabamentos.
Já o secretário de Obras, Silvio Póvoa, alega que a cidade não vai ter perda histórica ou de qualquer outra natureza, e só vai ganhar com a execução do projeto. Na opinião dele, a obra transformará a cidade devido às mudanças urbanísticas que modernizarão Araguari através da revitalização das ruas que receberão o asfalto. Além disso, ele anuncia que, onde for preciso, ocorrerão intervenções para reformar as estruturas das galerias pluviais e das redes de esgoto, antes da realização do asfaltamento.
Silvio Póvoa informou que no projeto está incluído também o asfaltamento do acesso ao distrito de Piracaíba, distante a 42 quilômetros de Araguari. O trecho a ser asfaltado é de aproximadamente 3 km.
Obras previstas
128 mil metros quadrados de recapeamento asfáltico
2,1 mil metros quadrados de calçadas
442 rampas de acessibilidade
Custo
R$ 5,39 milhões, sendo $ 4,9 milhões do governo do Estado e R$ 490 mil de contrapartida do Município.
(Do Portal de Araguari, O blog do Aloisio - em 26 de julho de 2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário