segunda-feira, 19 de abril de 2010

Revolução do Tempo

O relógio marca as horas
como o tempo marca meu rosto
as pedras do caminho
marcam muitos desatinos

Aianda - ouço seu canto de manhã
se espalhando nos quintais de Brasília
a pressa do vento
varreu pra longe
meu sossego de mineiro

Nas águas tranqüilas do Lago Norte
te vi tomar banho de sol
um vento ainda mais forte
chegou em cavalo branco
e trouxe um espelho mágico
onde a gente se olhava sem se ver

Lá se foram meus 30 anos
seus 20 acabavam de chegar
tempo sábio, menino-homem
minha calma de homem-peixe
asas livres de ruborboleta
voando, voando, entre flores de abril

Agora resta um rosto marcado
e as batidas do relógio balançando na parede
pés marcados pelo pó da estrada
vão dar no fim dessa canção do tempo.

Ricardo Wagner Ribeiro

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