Brasília, cidade em chamas
brisa queimando o coração do Brasil
índio indo
de pasta gravata e colarinho branco
tem favela na superquadra
camelô vendendo muamba
pé rapado de carrão
sapato brilhante
terno de linho branco
Em Brasília a grana rola
a grama nasce e cresce
no mar de asfalto e concreto
Brasília, avião
voando vôo alto, razante
traça planos sem piloto
olhos no horizonte
pé no chão, cabeça não
Brasília, brasa ardente
brisa leve, vida breve
céu claro, lago azul
asa norte, asa sul
desce gente de outros planetas
para observar
sobe disco voador
cai a lona do gran Circo lar.
Ricardo Wagner Ribeiro
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