segunda-feira, 19 de abril de 2010

Portas de Brasília

Brasília, cidade em chamas
brisa queimando o coração do Brasil

índio indo
de pasta gravata e colarinho branco

tem favela na superquadra
camelô vendendo muamba

pé rapado de carrão
sapato brilhante
terno de linho branco

Em Brasília a grana rola
a grama nasce e cresce
no mar de asfalto e concreto

Brasília, avião
voando vôo alto, razante
traça planos sem piloto
olhos no horizonte
pé no chão, cabeça não

Brasília, brasa ardente
brisa leve, vida breve

céu claro, lago azul
asa norte, asa sul

desce gente de outros planetas
para observar
sobe disco voador
cai a lona do gran Circo lar.

Ricardo Wagner Ribeiro

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