Poeta parnasiano Olavo Bilac, carioca, (16/12/1865-28/12/1918)
Tens, às vezes, o fogo soberano
Do amor: encerras na cadência, acesa
Em requebros e encantos de impureza,
Todo o feitiço do pecado humano.
Mas, sobre essa volúpia, erra a tristeza
Dos desertos, das matas e do oceano:
Bárbara poracé, banzo africano,
E soluços de trova portuguesa.
És samba e jongo, xiba e fado, cujos
Acordes são desejos e orfandades
De selvagens, cativos e marujos:
E em nostalgias e paixões consistes,
Lasciva dor, beijo de três saudades,
Flor amorosa de três raças tristes.
Mão Grande brinca, em seu poema "Manteiga de Moeda", onde diz, sobre a deliciosa culinária mineira:
Mão Grande, poeta das Geraes
Do sabor encerras farras e sobremesas
De pernis e doces sobre a mesa
Sobra a manteiga pra outros fins
Mas sobre essa volúpia
Inda acerta a tristeza
U home qui é home
Dos garfos, poucos vestidos e pecados
É doido por tempero de cebola roxa
Rebola morena roxa na coxa do chamêgo
E sabe que breá de manteiga é banhá com leite
O feitiço que mantêm a lenha pro fogão aceso.
(Poema publicado no portal As Minas Gerais http://www.asminasgerais.com.br/?item=ALBUM&codAlbum=460)
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