Somos
Algo de répteis
Quando agitados
Viramos o pescoço
Giramos a cabeça
Piscamos miudinho – amiúde
Somos
Quase anfíbios
De vida dupla
Percorremos o chão seco
Escorregamos no barro
Pra logo mergulharmos na água – a mágoa
Somos
Como pássaros
Que abrem as asas
Que abrem o bico
Ciscamos o espaço
Quando queremos voar – rodopiar
(Macunaíma - Grande Otelo - Imagem: internet)
O que pouco somos
Pessoas...
Que vivem de sonhos
Amargam o ódio
Espalhamos violência
Depois esquecemos tudo
– ficamos surdos e mudos.
Ricardo Wagner Ribeiro
Brasília, julho de 2011
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