sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Um pouco sobre o patrimônio histórico de Araguari

A história de um povo é patrimônio que se guarda para sempre. A cidade de Araguari possui um importante patrimônio cultural, o inventário dos bens culturais, só no distrito sede, abrange 190 bens imóveis, 65 bens móveis, 41 fontes arquivísticas, com interesse de tombamento e/ou documentação. Alguns deles.

Associação Goiás Atlética - Propriedade particular tombado pelo Decreto nº 013 de 03 de abril de 1998. Localizada à Av. Joaquim Aníbal nº 577, esquina com Rua Bias Fortes.

Edificação construída em 1922, pelo construtor Paulo Padovani, para residência do Sr. Manoel Bonito. A partir de 1944 foi vendida para sediar a Associação Beneficente dos Ferroviários da Estrada de Ferro Goiás – “Goiás Atlética” - e em 1953 passou a funcionar no prédio a Escola Técnica de Formação Familiar – ETEF- que ministrava aulas para filhas de funcionários da ferrovia.

O local serviu de cenário para o filme “O Caso dos Irmãos Naves” representando a Delegacia de Polícia, com a presença de atores de renome nacional, como Anselmo Duarte, Lélia Abramo, Juca de Oliveira, Raul Cortez e John Herbert. Abriga hoje o “Programa de Integração Social” - PAIS, mantido pela Secretaria de Ação Social. Edificação de pavimento único sobre porão alto, apresenta fachada de inspiração eclética guarnecida por ornatos em massa caprichosamente trabalhados.

Bosque John Kennedy - Propriedade Pública tombado pelo Decreto nº 029 de 18 de agosto de 1997 e reiterado pelo Decreto nº 013 de 03 de abril de 1998. É contornado pela Av. Minas Gerais e pelas Ruas Mauro Cunha, Argentina e Paulino Abdala. Tem horário de visitação das 7h às 18h.

Localizado na área urbana da cidade, com 11,7 hectares, é um remanescente de vegetação arbórea que existia na região, é uma das maiores reservas urbanas do Estado de Minas Gerais.

A primeira referência sobre o bosque é de 03 de novembro de 1899, quando a Lei 73 autorizava o executivo a conservá-lo.

O Bosque, um capão de mata, inicialmente recebeu o nome de “Parque Siqueira Campos”. Na década de 70, o bosque passou por um processo de urbanização objetivando o lazer e tornando-o ponto turístico de Araguari. Foi reinaugurado em 28/08/72 com o nome de “Bosque John Kennedy”.

Câmara Municipal - Propriedade pública, tombado pelo Decreto nº 029 de 03 de abril de 1997, reiterado pelo Decreto nº 013 de 03/04/1998. Esta localizado na Rua Cel. José Ferreira Alves nº 758 e o horário de atendimento ao público é de 7h às 11h e de 13h30 às 17h, com sessões ordinária às terças-feiras às 17h.

Construída em 1915 para residência do Cel. Olímpio dos Santos, que ocupou o cargo de Agente Executivo de 1895 a 1915 (20 anos), a casa passou para propriedade do Poder Público, como sede da Câmara Municipal em 1917, e é o símbolo da legislatura araguarina.

Edificação em dois pavimentos, segue orientação eclética sobressaindo o friso decorado com motivos florais e cartela notando-se no térreo, barrado fingindo aparelho de pedra. O acesso ao 2º pavimento é feito por uma escada externa suntuosa.

Casa da Cultura Abdala Mameri - Propriedade pública tombado pelo Decreto nº 029 de 18 de agosto de 1997 e reiterado pelo Decreto nº 013 de 03 de abril de 1998, situada na Rua Cel. José Ferreira Alves nº 1098 com horário de visitação das 8h às 18h.

Edificação em dois pavimentos, construída no final da década de 10, pelo construtor Paulo Padovani, em terreno doado pelo Cel. José Ferreira Alves para sede da Cadeia Pública (térreo) e Fórum Municipal (pavimento superior).

O prédio foi cenário da vida policial da cidade e palco do julgamento mais polêmico do século XX, que redundou no maior erro judiciário de todos os tempos , conhecido como o “Caso dos Irmãos Naves”.

Com a transferência das sedes do Fórum (década de 60) e da Cadeia (década de 70) para novos locais o antigo prédio ficou desativado. O projeto de Restauração ocorreu em 1982 adequando o imóvel para “Casa da Cultura”.

A fachada em estilo eclético apresenta sobriedade aliada à imponência de suas linhas retas e do pé-direito alto. O acesso ao andar superior é feito lateralmente através de escada externa protegida por guarda-corpo de ferro. Com a adaptação para o novo uso, o térreo passou a abrigar a folker, salas laterais, galeria de artes e sanitários. O pavimento superior abriga o teatro com seus apoios.

Coleção de Livros do Arquivo Público Municipal - Tombado pelo Decreto n° 13/02 de 22 de março de 2002.

A “Coleção de livros do colégio Regina Pacis” faz parte da história dos padres holandeses da Congregação dos Sagrados Corações que fundaram, em 1926, o Colégio Regina Pacis.

O estabelecimento de ensino, destinado à formação de rapazes, se destacou na área educacional da cidade e de toda a região, desde a sua criação até a década de 70, quando foi desativado.

Os padres construíram um enorme complexo imobiliário à Avenida Minas Gerais, composto de vários prédios: escola, igreja, convento, seminário e uma infra-estrutura para o esporte, possuindo campo de futebol, quadra de vôlei e de basquete e uma pista de atletismo profissional.

Parte da riquíssima biblioteca particular dos padres, usada para seus estudos, foi doada pelo Padre Eduardo Jordi, em 1994, para o Arquivo Público Municipal “Dr Calil Porto”. Estes livros e revistas estavam, desde o encerramento das atividades do colégio, armazenados em local inadequado e sofrendo perdas irreversíveis.

Recuperados pelo Arquivo Público Municipal em 2001, foram catalogados e organizados voluntariamente pelo pesquisador ferroviário Johannes Jacob (Hans) Schmidt e encontram-se acondicionados em uma sala especial do Arquivo que procede na limpeza, restauro e acondicionamento correto de todo o acervo.
Composto por exemplares valiosos quer por seu conteúdo, quer por sua raridade, escritos em vários idiomas e impressos em diversos países como Itália, Espanha, Áustria, Alemanha, Estados Unidos, Grã-Bretanha a “Coleção de Livros do Colégio Regina Pacis” merece ser preservada.

Conjunto Colégio Sagrado Coração de Jesus - Propriedade particular tombado pelo Decreto nº 13 de abril de 1998. Rua Virgílio de Melo Franco nº 513/Av. Joaquim Aníbal/Rua Maricota Santos/ Pç. Prefeito Elmiro Barbosa.

No início do século XX as Irmãs da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, vindas da Bélgica, se estabeleceram em Araguari. Com a ajuda dos “coronéis” da época, adquiriram uma casa na esquina da Rua Boa Vista, hoje Av. Joaquim Aníbal, que passou por uma reforma e adaptação e em 1919 era inaugurado solenemente o “Colégio Sagrado Coração de Jesus”. O Colégio cresceu e ampliou seu espaço físico e tornou-se um dos principais estabelecimentos de ensino do Brasil Central oferecendo além do curso primário, o ginasial, o normal, contabilidade e secretariado, em regime de internato, semi-internato e externato.

O conjunto arquitetônico é constituído por edificações erguidas entre as décadas de 30 e 60 com exceção da antiga Casa Aníbal, do século XIX. A Capela é um exemplar simplificado do estilo neogótico, com sua torre única, lateral e vãos ogivais com esquadrias metálicas de vidro colorido. O sobrado da Rua Virgílio de Melo Franco apresenta solução eclética mais apegada à orientação neoclássica, assim como a edificação térrea do Conservatório. Os edifícios do Auditório e esquina da Av. Joaquim Aníbal com Rua Virgílio de Melo Franco apresenta uma tendência modernizante, caracterizada pelo geometrismo e sobriedade construtiva. A Casa Aníbal possui composição subordinada aos padrões da arquitetura mineira tradicional.

Atualmente o “Colégio Sagrado Coração de Jesus” oferece cursos desde o maternal até a 8ª série.

Conjunto Predial da Praça Padre Nilo Tabuquini - Propriedades particulares, tombado pelo Decreto nº 07 de 29 de março de 1999.

O conjunto Padre Nilo Tabuquini está localizado em torno da praça da Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, onde se deu o início do povoado de “Ventania”, origem da cidade de Araguari.

A Praça da Matriz, hoje Praça Nilo Tabuquini, com suas edificações seculares resguarda e preserva o passado da cidade. O conjunto tombado possui edificações de estilo eclético e uma edificação subordinada aos padrões da arquitetura mineira tradicional, com telhado colonial e elementos de madeira.

Conjunto Regina Pacis - Tombado pelo Decreto nº 013 de 03 de abril de 1998. Av. Minas Gerais nº 1889.

O Colégio Regina Pacis, fundado pelos padres da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, provenientes da Holanda, representou para a cidade e toda a região modelo na área educacional. Os padres vieram para Araguari com o intuito de fundar um estabelecimento para rapazes. As aulas tiveram início em maio de 1926 em uma casa adaptada à Avenida Boa Vista. Devido à falta de estrutura física e com o constante aumento de alunos, tornou-se necessário a construção de novas instalações. O projeto arrojado para a época foi elaborado pelo Padre Everardo Moleengraaf, engenheiro holandês, e a obra foi executada pelo construtor Eduardo Ungarelli, sendo em 1928 iniciada a construção do prédio definitivo à Avenida Minas Gerais.
O conjunto é formado por várias edificações de épocas e características diferenciadas. A Capela busca inspiração no estilo neogótico, sobressaindo os vãos ogivais, com lindos vitrais importados da Holanda (hoje parcialmente destruídos) e pinturas murais de grande beleza, obra do Padre Otto Munier.

O teatro, construído na década de 20, teve grande importância no desenvolvimento da vida cultural do colégio. Na fachada singela dispõe-se o volume avançado do hall de acesso vazado por vão em arco pleno.

O prédio que pertence à Fundação Educacional e Cultural de Araguari – FUNEC - apresenta fachada de tendência modernizante com seqüência ritmada de vãos e sobriedade construtiva com modesta ornamentação com elementos geométricos nos peitoris das janelas superiores, nas colunetas das janelas triplas e no beiral de laje.

Escultura “Anjo” (bem móvel) - Autoria do artista Jorlano Spotto, tombado pelo Decreto nº 39/01, de abril de 2001. Acervo da Casa da Cultura de Araguari.

A escultura é de autoria do artista araguarino Jorlano Spotto, filho de imigrantes italianos, que trabalhou durante muitos anos como marceneiro, especializando-se em molduras artísticas e mobílias finas com entalhes em madeira. Sua carreira foi iniciada em São Paulo onde ficou três anos aperfeiçoando-se em escultura, porém só depois, aos 65 anos, já em Araguari, é que dedicou-se à arte, tornando-se um grande escultor.

A escultura “Anjo” tem as dimensões de 54,4 cm de altura e 39 cm de largura, mostrando uma figura masculina de criança. De perfil, cabeça inclinada à direita, rosto oval, cabelos curtos, segurando em suas mãos um vaso ornamentado com detalhes em alto relevo. A figura de grande beleza está esculpida em base atributiva de madeira, na cor marrom, estilo cerejeira.

Hospital da Estrada de Ferro de Goiás - Patrimônio público (Estado), tombado pelo Decreto nº 086/01 de 17 de setembro de 2001. Fica na Praça dos Ferroviários nº 80.

O Hospital do Ferroviário da Estrada de Ferro de Goiás faz parte integrante do conjunto da antiga Estrada de Ferro. Inaugurado em 10/12/53, em instalações novas e modernas, desenvolve-se em dois blocos, abrigando a edificação principal, o hospital e o anexo, o laboratório e lavanderia.

O prédio foi projetado para instalação do Hospital, seguindo todos os requisitos para o desenvolvimento deste tipo de atividade. Era considerado o melhor hospital de Araguari, com modernos aparelhos para época e foi palco da primeira operação cardíaca do Município.

A fachada principal destaca-se pela ritmada modulação das janelas em vãos bipartidos com molduras nas vergas e contra vergas. Nas extremidades, há a presença de um frontão singelamente decorado. A entrada principal está protegida por uma varanda avançada do corpo principal da edificação, em laje, apoiada por pilares com secção circular.

No alinhamento do logradouro, o muro é baixo, marcado por três entradas, tendo a entrada central para pedestres e as laterais para carros e ambulâncias.

Atualmente o SESEF - Serviço Social das Estradas de Ferro ocupa uma sala e o setor de Fisioterapia presta atendimentos no local, estando o restante do Prédio desativado.

Igreja de Florestina - Propriedade privada, tombado no 013/02 em 22 de Março de 2002, fica localizada no distrito de Florestina.

Edificação construída no platô mais alto do distrito de Florestina, a Capela segue a implantação tradicional do início dos povoados – igreja e cemitério em destaque no alto do morro e as residências na parte baixa do distrito.

A igreja original anterior à década de 30 possuía o coro, o retábulo em madeira, a pequena nave, a sacristia e, no exterior o coreto. Em 1938, a igreja foi renovada com demolições, e mantida somente a sacristia. Construção em alvenaria de tijolos, a igreja é composta da nave, altar-mor, retábulo, sacristia e banheiro.

N a fachada principal com platibanda, destacam-se os ornamentos e arabesco em massa, o pequeno campanário com a inscrição em latim DOMINUS (Senhor), e a data da construção (1938) gravada.

A porta de acesso principal e lateral são em duas folhas de madeira com vergas em arco pleno com bandeira fixa. A cobertura é em telha de barro tipo francesa.

Grupo Escolar Raul Soares - Propriedade pública tombado pelo Decreto nº 09 de 23 de março de 2000. Situado na Av. Tiradentes nº 135, Centro.

Em 1909 foi aberta a primeira escola estadual de Araguari, o “Grupo Escolar” que em 1926 ganhou sede própria. Por ocasião de sua inauguração, o Grupo Escolar passou a denominar-se “Raul Soares” em homenagem ao ex-presidente do Estado de Minas Gerais.

Primeira escola pública da cidade sempre se destacou pelo excelente ensino ministrado sendo responsável pela formação de centenas de jovens araguarinos.

O novo prédio, de grande beleza arquitetônica, foi projetado com amplos espaços para o desenvolvimento das atividades educacionais. Edificação térrea com porão alto implanta-se no lote com pequeno afastamento frontal e recuos maiores nas divisas.

A frente é protegida por gradil de modelo simplificado. A fachada é marcada pela ritmada modulação dos vãos com portas e janelas em madeira. Destacam-se as duas escadas de acesso ao prédio e a cobertura de telha francesa.

Madona Rainha da Paz com o Bambino – De autoria do artista Padre Otto Munier. Tombado pelo Decreto no 013/02 de 22 de março de 2002, faz parte do acervo da Igreja Rainha da Paz.

O quadro pintado a óleo sobre tela, mostra a Virgem com o Menino e a pomba. O fundo escuro e esfumado faz com que as figuras se destaquem trazendo a ilusão de maior proximidade.

Nesta obra há influências das Madonas Renascentistas, principalmente na figura da Virgem caracterizada pela mesmice e doçura, qualidades acentuadas pela suavidade do rosto e pelas pálpebras semicerradas onde um olhar sereno e terno se conduz em direção ao Bambino.

Suas mãos suaves contrapõem com o dinamismo das linhas e nuanças do planejamento no manto azul. Um halo representa a aura de luz em torno da sua cabeça, nela as palavras Regina Pacis (Rainha da Paz).

A pomba que está representando a paz é o elo entre a suavidade da Madona e a força expressiva conseguida pelo tratamento quase escultural da cor, dando assim, relevo ao rosto, mãos, braços e pernas do Bambino que aparece com a mão erguida como se fosse para abençoar.
Com domínio dos aspectos técnicos da pintura o Padre Otto Munier criou na sua composição imagens que expressam com perfeição o sentido da obra.

Mata do Desamparo - Patrimônio público tombado pelo Decreto nº 029 de 18 de agosto de 1997 e reiterado pelo Decreto nº 013 de 03 de abril de 1998.

Situada no perímetro urbano da cidade, em relevo suave ondulado, a mata compõe-se em sua maioria de espécies nativas. Dentre as espécies arbóreas citam-se, entre outras, pau d’óleo, canela, ingá e guarita. Cipós, bromélias e orquídeas contribuem para enriquecer a paisagem local.

A área da mata, cercada por mourões de concreto e arame farpado, é atravessada no sentido norte-sul por um córrego denominado Córrego do Desamparo. No seu interior acha-se implantado o Clube Quero-Quero dos Oficiais do Batalhão Mauá, dotado de salão de festas, piscina, vestiários e quadras esportivas.

Mural da Igreja Nossa Senhora Aparecida - Propriedade particular, tombado pelo Decreto no 13/02 de 22 de março de 2002. De autoria do artista Padre Otto Munier, acervo da Igreja Nossa Senhora Aparecida.

O mural foi pintado sobre uma parede. Provavelmente o artista preparou a base com gesso ou alvenaria e executado com tinta a óleo.

A pintura tem uma mistura do acadêmico e com influência cubista , isto pelas formas de algumas pinceladas,talvez uma visão moderna do artista sobre o tema .

A expressão prática da obra é marcada por expressões diversas: de “ódio”, de dor , de complacência e de espanto pela ressurreição.

As cores da obra predominam as cores quentes como: ocre, amarelo, brum van dik, carmim, vermelho, enquanto as cores frias destacam nos mantos das mulheres e nas armaduras dos soldados.

Apesar de o mural ter recebido uma camada de verniz, o mesmo se encontra com alguns trincados e também com esfolados pela ação do tempo, precisando até de alguns cuidados (restauro).

Prédio da Antiga Estação Ferroviária Goiás - Propriedade pública tombado pelo Decreto nº 010 de 10 de fevereiro de 1989 e reiterado pelo Decreto nº 013 de 03 de abril de 1998. Fica na Praça Gaioso Neves.

O prédio que ficou desocupado por vários anos, protegido com tapumes nos vãos, e sendo possível somente visitação externa. Atualmente, após reforma, é ocupado pela Prefeitura Municipal de Araguari e pelo DMAE, Departamento municipal de Água e Esgoto de Araguari.

A história da Estrada de Ferro Goiás faz parte da história de Araguari e restaurar o prédio significou além da recuperação material e arquitetônica a preservação da memória ferroviária e de tudo que ela representa para os araguarinos.

O prédio da Estação de Passageiros, de grande importância histórica e beleza arquitetônica foi inaugurado em 1928. A edificação sofreu ampliação que foi incorporada a leitura do edifício. Possui partido arquitetônico dominado pela simetria e composição volumétrica, com mirante e torreão na cobertura, terraço no segundo pavimento, sustentado por arcadas.

Os vãos, com vigas em arco pleno e abatidas, distribuem-se harmoniosamente nos diversos painéis que organizam a fachada. Balaustradas vazadas e platibandas ornamentadas completam a decoração deste magnífico exemplar da arquitetura ferroviária.

As outras edificações que compõem o complexo ferroviário foram construídas no período de 1920 até a década de 1970 e possuem características próprias de cada época.

Prédio da Cemig - Propriedade pública tombado pelo Decreto nº 013 de 03 de abril de 1998, na Rua Dr. Afrânio nº 178. O prédio encontra-se desocupado não sendo permitida visitação.

A inauguração da luz elétrica em Araguari deu-se em 1910 e consta que desde o início, a Empresa Força e Luz, se estabeleceu à Rua Dr. Afrânio, 178. Em 1930, já com o nome de Cia Prada, a sede foi reformada para atender às novas necessidades da empresa. Na década de 70, a Cia Prada foi encampada pela CEMIG que assumiu a administração e distribuição da energia elétrica e nos anos 80 o prédio, da Rua Dr. Afrânio, foi reestruturado para se adequar à nova estrutura funcional. Este prédio encontra-se desocupado desde 1996, quando a CEMIG transferiu-se para nova sede.

Edificação térrea com cobertura de telhas francesas, apresenta fachada de orientação eclética. A decoração é feita com elementos geométricos ressaltados e ornatos florais.

Residência do Dr. João Godoy - Propriedade particular tombado pelo Decreto nº 013 de 03 de abril de 1998, fica na Rua Quinca Mariano nº 180.

O imóvel é datado da década de 10 e em 1936 passou por uma ampla reforma, porém incorporada na leitura do prédio.

O Cel. Belchior de Godoy, proprietário da casa a partir de 1938, foi homem de grande expressão política e econômica da cidade.

Seu filho Dr. João Godoy, foi eleito o primeiro Deputado Estadual por Araguari tendo participado da elaboração da Constituinte Mineira. Respeitado Promotor de Justiça, foi também professor-fundador da Escola de Direito de Uberlândia.

Edificação térrea com acesso lateral pelo alpendre, estruturado por pilastras de alvenaria e guarnecido por balaustrada de cimento pré-moldado. A fachada, de inspiração eclética, é composta por painel único delimitado por cunhais de massa. A decoração é feita com ornatos ressaltados em massa com motivos geométricos e florais.

Usina do Piçarrão - Propriedade Pública (CEMIG) tombado pelo Decreto nº 013 de 03 de abril de 1998. A usina foi reativada, sendo necessário agendar visitação com a CEMIG.

Entre 1923 e 1925 a Cia. Prada de Eletricidade construiu e instalou a Usina do Piçarrão, a 11Km da cidade, sendo utilizada a cachoeira do ribeirão como fonte geradora de energia. Os geradores de 500 Kv cada um, fornecia energia inclusive para a cidade de Uberlândia.

Implantada à margem direita do Ribeirão, em área de grande beleza, caracterizada pela vegetação natural do cerrado, a Usina e seu complexo compreende o prédio principal - Casa de Força da Usina -, um anexo e a antiga residência de funcionários.

O prédio principal possui partido retangular compacto e recebe cobertura em duas águas e telhas francesas.

A casa dos funcionários está localizada na parte mais alta, tem fachada modesta com esquadrias de madeira e vidro, possuindo um alpendre na frente protegendo a entrada.

Em 1973 a Usina foi desativada voltando a funcionar em 2001 quando a CEMIG modernizou todos os equipamentos e recuperou a casa de forças.

(Do site Patrimônio Histórico de Araguari - visite http://www.araguariturismo.hpg.ig.com.br/patrimon.htm)

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